Hip-hop, circo e ‘teatro político’ são atração nesta sexta no Santa Roza

Três espetáculos integram a programação desta sexta-feira (29) do penúltimo dia da 18ª edição da Mostra Estadual de Teatro, Dança e Circo, cujo slogan é “A Paraíba se vê em cena” e que é retomado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba, após hiato de seis anos, e presta homenagens a Luizinho de Pombal, Guilherme Schulze e Montagem Circus.

A primeira atração será o espetáculo de dança intitulado Raxa, do Grupo Soul Brazil, de Campina Grande, que iniciará a apresentação às 18h, no palco do Teatro Santa Roza, localizado no Centro da cidade de João Pessoa. Em seguida, às 19h, o Grupo Oficina, do Município de Sousa, encenará Viva o Circo.

Na sequência, às 20h, Os Cogitadores (JP) mostrará ao público Berço Esplêndido na área externa do teatro. E, como derradeira atração da noite, discotecagem com a Radiola Jamaicana no evento ‘Som na Mostra’. Os ingressos custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (estudante). A programação completa está disponível no site www.funesc.pb.gov.br.

Denominação dada para as disputas que acontecem, geralmente, nos eventos de breaking, Raxa, do Grupo Soul Brazil, foi criado e coreografado por Jack Keysy e Jéssika Andrade, que também dirigem e interpretam o espetáculo, que tem Classificação Indicativa Livre e cuja trilha sonora é assinada pelo DJ Lhero.

Trata-se de uma proposta coreográfica desenvolvida com base na vivência de ambas dançarinas e intérpretes, a partir de uma imersão na cultura hip-hop. As cenas permeiam pelo universo da batalha de breaking em um jogo de perguntas e respostas, que refletem e reafirmam o lugar da mulher dentro desse movimento cultural.

A segunda atração – cuja Classificação Indicativa é Livre – será o espetáculo intitulado Viva o circo, que o Grupo Oficina apresentará a partir das 19h, sob a lona montada defronte ao teatro. Dirigida pelo também ator Luiz Cacau, a montagem usa como pano de fundo o resgate dos antigos jogos circenses. Ao longo da trama, o público pode observar os tradicionais números de mágicas, esquetes clássicos, a mulher que vira peixe e o homem dragão, o que garante a interação com os espectadores.

“Viva o circo é uma produção coletiva do Grupo Teatro Oficina e a mais recente, pois estreou há dois anos. É um espetáculo que se baseia nas memórias que os próprios integrantes do grupo vivenciaram há 30, 40 anos na área do circo”, disse o diretor da montagem, Luiz Cacau. E complementou: “Nosso grupo não é de circo, mas de teatro, mas produzimos este espetáculo circense para resgatar a memória dessa arte milenar”. Cacau também falou que no próximo mês de junho a sua trupe começará a apresentar, na cidade de Sousa, mais dois novos espetáculos nessa linha circense, ambos de domínio público, cujos títulos são A viagem de Bob e Recruta Zero.

Cacau elogiou a realização da Mostra, da qual seu grupo participa pela segunda vez. “É uma iniciativa extraordinária a retomada do evento pela Funesc. É muito importante, fenomenal, porque inclui o circo na programação, o que é essencial, além do intercâmbio, da troca de experiências que os participantes realizam durante as oficinas. Enquanto, em âmbito nacional, as portas estão se fechando para a cultura, o Governo do Estado da Paraíba reabre essa porta, o que garante uma efervescência cultural”, disse ele.

A terceira atração da programação desta sexta-feira na Mostra será o espetáculo intitulado Berço Esplêndido, que o grupo paulista – originário da cidade de São José do Rio Preto, mas que está radicado na Paraíba há quatro anos – Os Cogitadores encenará a partir das 20h. A Classificação Indicativa é 16 anos de idade.

A peça conta a história de uma família brasileira que vive várias dificuldades sociais. Os protagonistas são pessoas comuns e o enredo se passa como se fosse um jogo cênico, ou seja, numa espécie de “ringue” onde os atores narram e dramatizam a trama, evidenciando o distanciamento social, reforçado com a sonoplastia.

“Berço Esplêndido estreou em 2016 e tem temática política, escrita nos anos 1980, mas que continua atual, pois o governo do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, se enquadra, diante da conjuntura que vivemos”, disse para o Jornal A União a diretora do espetáculo, Aline Alencar, que também integra o elenco. A propósito, será a primeira participação do grupo Os Cogitadores na Mostra Estadual de Teatro, Dança e Circo da Funesc. “A expectativa é muito boa e esperamos contribuir para formação de plateia e que o público entenda a mensagem, o que é mais importante”, disse ela.

Um dos atores do espetáculo Berço Esplêndido, onde interpreta dois personagens, o pai, Altino, e seu filho, chamado de guri, o também paulista Matheus Leonel elogiou a Mostra da Funesc. “É um evento fantástico e importantíssimo, porque reúne as mais diversas linguagens das artes. É muito massa. A sua retomada, após seis anos, é sinal de resistência, pois tenho acompanhado a programação e percebido que a plateia é sempre quase lotada, o que demonstra que a galera ainda sente a necessidade de cultura e arte. A tendência é de que o evento cresça”, concluiu. As informações são do Jornal A União.