Secretário de Estado lamenta postura de Burity: “algo absolutamente desprezível”

O secretário de Cultura do Estado, Lau Siqueira, disse nesta terça-feira (25), em seu perfil no Facebook, que “o espírito oligarca pulsa” na gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e que isso é “algo absolutamente desprezível. A declaração do gestor foi feita após resposta do diretor presidente da Funjope, Maurício Burity, que afirmou em um programa de rádio da Capital que não vai se trocar com a vereadora Sandra Marrocos. “O mais importante é que eu tenho nome e sobrenome”, disse o filho do ex-governador Tarcísio Burity.

Para Lau, bastaria a Burity responder as acusações da vereadora, já que o questionamento é legítimo. “Quando somos gestores públicos, temos sim que dar satisfações a todo instante. A transparência faz parte do jogo democrático”, disparou.

A vereadora Sandra Marrocos tem denunciado, juntamente com artistas, um esquema na Funjope de pagamento de cachês em dissonância com o declarado no Portal da Transparência, além de favorecimento de empresa no contrato dos artistas. A vereadora defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso.

Confira abaixo a publicação na íntegra:

Confesso que fiquei espantado com esta matéria do Paraíba Já. A resposta de Maurício Burity, Diretor Presidente da FUNJOPE, para a vereadora Sandra Marrocos revela o quanto ainda está pulsando o espírito oligarca na Paraíba. Denota uma pretensa e inaceitável superioridade de classe.

Sintonia perfeita com certas manifestações da elite brasileira nos últimos tempos. Algo absolutamente desprezível, diga-se de passagem. Bastaria responder ao questionamento legítimo da vereadora. Quando somos gestores públicos, temos sim que dar satisfações a todo instante. A transparência faz parte do jogo democrático. A transparência, aliás, fortalece a democracia. Ora, se um artista denuncia que recebeu um cachê de 3 mil e percebeu no SAGRES que foi contratado 7 mil, algo precisa ser explicado. É óbvio. Até prova em contrário, confio que deve haver algum tipo de explicação para isso. Caso contrário, uma boa investigação acabará revelando que o que está em jogo não é o nome, a origem ou a classe social de quem quer que seja. Basta esclarecer que fica tudo bacana. Não precisa de tanta arrogância. Estamos vivendo momentos de muita dificuldade na cultura brasileira. Principalmente após o golpe. Sinto na pele.

Mas, negar o acesso a informações básicas depois de acusações tão graves, não diminui a responsabilidade de ninguém. Não há sobrenome nem pedigree que possa servir como prova de honestidade. Minha solidariedade para a vereadora. Ela merece respeito. E respostas.