João Pessoa vence Natal em “Batalha de Destinos”, promovida pelo Estadão

João Pessoa e Natal foram dois dos lugares mais pedidos por nossos seguidores no Instagram para a Batalha de Destinos. Decidimos colocar as duas capitais nordestinas para duelar e a grande vencedora foi João Pessoa, com 62% dos votos. O roteiro escolhido foi: de carro (62%); com lugares para contemplação (60%); dicas de vida noturna mais tranquila (69%); e incluindo bate-voltas (59%).

Toda quarta-feira, o Viagem lança uma nova disputa de destinos nos stories do Instagram. Além do lugar, você ainda pode votar no tipo de roteiro que quer fazer. O resultado pauta a nossa reportagem da semana, publicada toda sexta-feira – confira no fim desta página outros destinos que venceram. Para participar e sugerir destinos para a batalha, siga o Viagem no @viagemestadao e participe.

A seguir, as dicas para curtir João Pessoa – e arredores – de acordo com o roteiro escolhido. Se quiser mais dicas, confira ainda nossa reportagem do início deste mês sobre a Paraíba, com sugestões de passeios para diferentes perfis (clique aqui).

QUANDO IR

A época ideal para ir a João Pessoa é entre dezembro e março, quando o mar está no tom mais cobiçado por nós: aquele esverdeado, que faz jus, de certa forma, ao apelido que alguns pessoenses dão à sua capital: “Caribe brasileiro”.

DE CARRO

É preciso alugar carro para andar em João Pessoa? Não. Para fazer os passeios, é possível ir de bugue, receptivo ou táxi. Mas claro que estar com um carro à disposição facilita o deslocamento até as praias do norte e do sul da capital paraibana e também aos municípios próximos, como Conde e Cabedelo – são tão próximos que nem dá para perceber o ultrapassar dos limites entre eles. A diária do aluguel de um veículo no aeroporto da cidade sai a partir de R$ 60, em média.

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Nossa Sra. do Carmo é uma das igrejas que valem a visita no centro histórico  Foto: Hélvio Romero/Estadão

NO CENTRO

O principal ponto hoteleiro é Cabo Branco, cuja avenida à beira-mar é acompanhada por diversos hotéis. É ótimo para quem quer estar perto de tudo durante o dia todo: pela manhã, caminhadas ou passeios de bike pela via, que fica fechada justamente para as atividades entre 5h e 8h; à noite, parada em um de seus muitos quiosques ou restaurantes (com preços sempre muito bons).

Próximo à praia de Cabo Branco também fica o Farol do Cabo Branco, de 1972. Subir ali vale, sobretudo, pela vista do alto da Ponta do Seixas, a faixa de terra mais oriental das Américas, cuja a distância até a África (aproximadamente 3.800 quilômetros) é a menor possível para quem sai do continente. Se tiver por ali um vendedor de coco, experimente: é baratíssimo e vale a pena.

Por falar em comida, dois lugares merecem a parada: o Mercado Central de João Pessoa, com galpões que vende desde plantas medicinais e frutas típicas da região até pedaços de carne penduradas; e o restaurante Mangai, no bairro do Bessa, que serve dezenas de opções regionais, como pernil de bode e carne-seca com nata em sistema de bufê. E o melhor: tudo é muito barato quando comparado a preços praticados no sudeste. Indicamos para um jantar, já que a opção de roteiro noturno é fazer algo tranquilo. Para mais dicas de onde comer em João Pessoa e arredores, clique aqui.

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Mercado Central de João Pessoa tem três galpões com produtos diversos Foto: Hélvio Romero/Estadão

As outras praias do centro da cidade são a do Bessa, no bairro de mesmo nome, e a de Tambaú, de onde partem os catamarãs para a piscina natural de Picãozinho quando a maré está baixa (se quiser ir até ela é indispensável consultar a tabela de marés, portanto). Nela, você pode apenas curtir o visual ou mergulhar de snorkel – nada muito radical, já que nosso roteiro é apenas contemplativo. Há outra piscina natural, a do Seixas, ainda menos explorada que Picãozinho e lindíssima. Para chegar nela, parte-se da Praia da Penha, um vilarejo de pescadores.

Mas nem só de águas esverdeadas vive João Pessoa. Seu centro histórico é um dos mais simpáticos que já conheci no Brasil: pequenino, agradável e bem cuidado. Se puder visitá-lo acompanhado de um guia, melhor: você vai descobrir detalhes interessantes desta que é a terceira cidade mais antiga do País (foi fundada pelos portugueses em 1585). Um deles é o fato de que, diferentemente de outras partes do Nordeste, João Pessoa cresceu do centro para a costa, do rio para o mar. E mesmo se não for religioso, entre em suas igrejas e no Mosteiro de São Bento pela arte (sobretudo barroca), pela história e por seus jardins que inspiram paz.

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Ponta do Seixas vista do alto Foto: Hélvio Romero/Estadão

LITORAL SUL

O passeio clássico é com receptivo ou de bugue: leva cerca de 8 horas, faz paradas em cartões-postais e reserva boas emoções. Mas, se estiver de carro, siga este roteiro em direção ao município de Conde – e certifique-se que seu veículo dará conta de atravessar os trechos de terra (estar num 4×4 é o ideal).

Barra do Gramame – Como escreveu o repórter Eduardo Vessoni na reportagem sobre a Paraíba publicada no Viagem no início deste mês, a Barra do Gramame é a “Paraíba sem frescura”. Isso porque tudo ali é simples e familiar. As águas são mais agitadas, mas o local vale a pena pelo visual que inclui falésias alaranjadas e o encontro do rio com o mar – para quem está de carro e pode ficar o tempo que quiser, há passeios fluviais, passeios de caiaque e stand up paddle.

Praia do Amor – Se todo lugar tem o ponto perfeito para fotos em casal, o mais clássico da Paraíba é a Praia do Amor. Reza a lenda que se duas pessoas passarem juntas embaixo do arco de arenito em formato de coração que há por ali, o amor durará para sempre ou surgirá em breve.

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Na Praia do Coqueirinho, o Castelo da Princesa, formação geológica decorrente da erosão Foto: Hélvio Romero/Estadão

Coqueirinho – Ante de chegar à faixa de areia, tente passar no Mirante do Dedo de Deuspara contemplar a Praia do Coqueirinho do alto. Ali, o poder da erosão por água e vento tratou de moldar uma das grandes belezas do litoral paraibano. Depois, parta para suas águas mornas e esverdeadas. E, com a maré baixa, tente caminhar pelo Castelo da Princesa, feito de argila, em várias cores. Parece cânion, mas o fenômeno geológico que o forma é a voçoroca.

Tambaba – Eis a praia naturista da Paraíba, a mais famosa do Brasil. Mas calma. Se praia nudista já entra no quesito “radical” para você, não se preocupe: Tambaba tem o lado para nudistas e o lado para quem quer curtir de roupa mesmo. Aliás, a entrada a esta pequena praia é pelo faixa de areia dos vestidos, o chamado lado “A”. Para acessar o “lado B”, é preciso atravessar uma escadaria de madeira sobre a rocha que divide os lados e tampa a visão de um para outro. Bem mais tranquila, a parte naturista reúne pessoas de todas as idades, mas sobretudo idosos.

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Apresentação do Jurandy do Sax na Praia do Jacaré  Foto: Hélvio Romero/Estadão

LITORAL NORTE

A Praia do Bessa, citada anteriormente, está no caminho para o passeio pelo litoral norte paraibano, que atravessa João Pessoa e chega a Cabedelo. Mais uma vez, você pode ir de carro ou contratar o serviço de bugues e receptivos.

Intermares, Ponta da Campina, Poço e Camboinha – As três praias são seguidas, mas com perfis diferentes. A primeira é paraíso de surfistas, mas como nosso objetivo é a contemplação, ali vale conhecer o projeto Tartarugas Urbanas da Associação Guajiru, um grupo de ambientalistas, estudantes e voluntários que busca proteger a desova das tartarugas marinhas ameaçadas de extinção no local. Já Ponta da Campina, Poço e Camboinha são mais tranquilas, escondidas e reservam aquela vista do mar esverdeado tão cobiçada por nós.

Fortaleza de Santa Catarina – Patrimônio Nacional, este forte foi testemunha da passagem dos portugueses e também dos holandeses pelo nosso nordeste. A primeira construção é de 1585, data de fundação de João Pessoa, apesar de estar dentro dos limites de Cabedelo hoje em dia.

Praia do Jacaré – Outro clássico paraibano, a Praia do Jacaré ficou famosa por conta de seu pôr do sol ser acompanhado pelo som do sax de Jurandy, que toca, todos os dias e invariavelmente, o Bolero de Ravel dentro de um barco até que o sol se despeça completamente de nós. O espetáculo, assistido por dezenas de pessoas. é gratuito e, graças à reforma recente, a área conta agora com calçadão com vista para o Rio Paraíba e diversas lojas de souvenirs. E, além de tudo, é uma ótima para quem quer terminar o dia e começar a noite com algo bem tranquilo e contemplativo.

 

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Praia de Boa Viagem, a mais famosa do Recife Foto: Herton Escobar/Estadão

BATE-VOLTAS

Quando estive em João Pessoa, aproveitei para ir, de ônibus, até Pipa (Rio Grande do Norte). São cerca de 2 horas e meia. Outra possibilidade é ir até Recife e Olinda, em Pernambuco, distante 2 horas de carro. Recptivos como a Luck oferecem estes passeios, o que pode compensar caso você queira dar um tempo do volante e também porque ficaria menos cansativo.

Outra possibilidade é fazer o que eu fiz e ir de ônibus – no caso de Pipa, você economiza tempo se descer no meio do caminho e seguir de táxi a partir da cidade de Goianinha. Mas nossa sugestão é aproveitar justamente o aluguel do veículo para ir a estes destinos e pernoitar. Pipa merece uma noite ao menos e Recife, duas, incluindo a ida até Olinda.

A reportagem é do Estadão