Gestão Cartaxo lidera aumento de passagens em todas as capitais do Brasil, denuncia deputado

O deputado estadual Wilson Filho (PTB) repercutiu na tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), nesta terça-feira (22), a paralisação dos motoristas de ônibus de João Pessoa nessa segunda-feira (21), durando aproximadamente quatro horas e afetando drasticamente milhares de usuários do sistema de transporte público que dependem dos ônibus para irem aos seus trabalhos, instituições de ensino e demais atividades diárias.

O parlamentar criticou o aumento de R$ 1,60 na tarifa no período de quatro anos, chancelado pelo prefeito Luciano Cartaxo (PV). Ele afirmou que não existe exemplo de nenhuma outra Capital no Brasil em que tenha se aumentado tanto as passagens em um período tão curto de tempo.

“A passagem, no início de 2015, custava R$ 2,35 na nossa Capital. Atualmente ela custa R$ 3,95. R$ 1,60 a mais em quatro anos. Me mostrem, sindicato de empresários; prefeitura de João Pessoa, que é quem determina o aumento da passagem; prefeito Luciano Cartaxo, outra Capital do Brasil, outro exemplo em que se aumentou tanto a passagem proporcionalmente como foi aumentado por Cartaxo”, lamentou.

Wilson Filho criticou ainda a ganância dos empresários de ônibus. Ele lembrou que, apesar de manterem contratos milionários com o Poder Público e com o aumento constante das tarifas, o serviço prestado pelas empresas não apresenta melhorias.

“Tem empresa que não compra um carro novo há dez anos. Este ano não entrou um carro novo, sequer, no sistema. Alguém imagina que os contratos não são milionários demais para permitir a renovação de uma frota de ônibus? Alguém tem aqui a inocência de pensar que, se essas empresas atuassem de forma correta, elas precisariam no ato de aumentar as passagens retribuírem com um pouco mais de qualidade o serviço prestado?”, questionou.

Projeto de lei que proíbe dupla função de motoristas

Wilson Filho citou ainda um terceiro problema que observa na questão do transporte público na Capital: as condições precárias de trabalho dos motoristas, causando riscos aos usuários de ônibus e à população em geral – pessoas nas ruas e condutores de veículos particulares. Preocupado com este problema, apresentou o Projeto de Lei 69/2019, que proíbe que motoristas acumulem outras funções – em especial passarem troco enquanto dirigem, fazendo assim o papel do motorista e do cobrador ao mesmo tempo.

“Dirigir atendendo o celular é infração gravíssima e por que dirigir e passar troco pode? A realidade é que para diminuir ainda mais as despesas e obviamente com o aumento das passagens o lucro foi aumentado para favorecer unicamente as empresas o motorista virou cobrador. Nós dirigimos carros pequenos e de vez em quando entramos num acidente pequeno, médio ou grande imagine um ônibus. Imagine a atenção que um motorista tem que ter para garantir a segurança dos passageiros e das pessoas que estão nas ruas”, finalizou.