Doria toma posse como governador de SP com cobrança a secretários e críticas ao PSDB

O ex-prefeito João Doria (PSDB), 61, tomou posse nesta terça-feira (1º) como governador de São Paulo em solenidade na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), na zona sul da capital paulista.

Com um discurso de renovação na política e de cobrança de resultados a seu secretariado, o tucano fez críticas a seu partido, que se elege para o comando do estado há 24 anos –com gestões de menos de um ano de Claudio Lembo (DEM), entre 2006 e 2007, e Márcio França (PSB), em 2018, no período –, e defendeu uma reestruturação na sigla, hoje presidida nacionalmente pelo ex-governador e padrinho político de Doria, Gerado Alckmin. Para o governador, é preciso que o estado deixe de “pensar pequeno”. “São Paulo vai mudar, agora tem comando”, enfatizou.

Em tom semelhante ao adotado na campanha contra França e também à Prefeitura, em 2016, Doria enfatizou a “missão de renovar a política”, mas evitou refutar, como na sucessão municipal, o aspecto político do cargo: “O recado das urnas foi claro: não há mais espaço para governos dos políticos. É preciso governar com os políticos, para o povo. É o que farei. A velha política, das mordomias, do cabide de empregos, da troca de favores, do desperdício do dinheiro público não cabe nesse sentimento da mudança”, discursou.

A equipe do governador recém-empossado tem sete nomes do governo Michel Temer (MDB) –entre os quais, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, mês passado, ante a suspeita de pagamentos irregulares por parte da JBS, de 2010 a 2016. Kassab nega qualquer irregularidade. Ele não compareceu à cerimônia.

Transmissão de cargo no Palácio

Após a cerimônia na Alesp, presidida pelo presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), a nova equipe seguiu para o Palácio dos Bandeirantes, onde foi feita a transmissão de cargo entre o novo governador e o que deixa o posto, Márcio França (PSB), derrotado por Doria no segundo turno da eleição de outubro.

À tarde, Doria viaja para Brasília, onde participará da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro (PSL), a quem colou sua imagem durante a campanha estadual.

Doria deixou a prefeitura em abril do ano passado, com pouco mais de um ano e três meses de mandato.

“Defendo que as mudanças comecem com cada um, com pequenos gestos e grandes atitudes. Por isso, defendo uma reestruturação do meu partido. Transformar não significa desrespeitar a história do PSDB, sobretudo a que foi escrita por Montoro, Fernando Henrique, Covas, Serra e Alckmin”, defendeu.

A seus secretários estaduais e dirigentes de autarquias, sugeriu: “Além de probos e honestos, deverão ser altamente eficientes e criativos — e se não forem, serão trocados. Simples assim”. Com UOL.