‘Cagão’, disse Braga Netto sobre comandante do Exército que rejeitou golpe

Conversa do general foi com Ailton Moraes Barros, militar preso na investigação sobre falsificação de cartões de vacina

O novo ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto e o presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia de posse no palácio do Planalto

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa com Jair Bolsonaro (PL), criticou a cúpula das Forças Armadas por ter rejeitado um plano de golpe de Estado, apontam mensagens obtidas pela Polícia Federal.

O que aconteceu

O alvo das críticas de Braga Netto foi Marco Antônio Freire Gomes, que na ocasião era comandante do Exército. Em conversas no WhatsApp (veja abaixo), o aliado de Bolsonaro encaminhou uma mensagem: “Infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e do Gen. FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”.

A conversa do general foi com Ailton Moraes Barros, militar preso na investigação sobre falsificação de cartões de vacina. Barros respondeu que deveria “oferecer a cabeça” de Freire Gomes aos leões.

Braga Netto então respondeu: “Oferece a cabeça dele. Cagão”.

Imagem
Imagem: Reprodução

O ex-ministro da Defesa não parou por aí, segundo a PF. Em outra mensagem (veja abaixo), em dezembro de 2022, Braga Netto orienta Ailton Barros a atacar o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica.

Braga Netto se refere ao tenente-brigadeiro como “traidor da pátria”. “Inferniza a vida dele e da família”, completa o aliado de Bolsonaro.

Imagem
Imagem: Reprodução

Em outra conversa, o ex-ministro elogia o almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos. Segundo as apurações, o almirante teria sido favorável ao plano golpista.