BraisCompany pode ter cometido pirâmide financeira e ‘maquiou’ fundos, diz especialista

Especialista analisou os números da empresa fundada e sediada em Campina Grande; valores declarados não garantem pagamentos aos investidores

A gestora de criptoativos BraisCompany, que está sendo investigada desde o final de janeiro pelo Ministério Público da Paraíba por não pagar rendimentos de aplicações de ativos digitais, pode ter cometido o crime de pirâmide financeira – modelo de negócio em que o retorno ao cliente vem da adesão de novos membros, e não do rendimento de um ativo financeiro.

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A afirmação é de um especialista que analisou os números da empresa fundada e sediada em Campina Grande. Ele afirmou à Mover que a fraude vai muito além de enganar as pessoas com um discurso de enriquecimento rápido e que a empresa só  conseguia repassar o pagamento de aluguéis mensais aos clientes com a captação de novos clientes.

“No último balanço publicado no site da empresa, era informado que havia cerca de R$ 26 milhões disponíveis para lastrear o pagamento dos aluguéis mensais aos clientes. Porém, em uma análise mais detalhada das demonstrações contábeis, pôde-se observar que o caixa e equivalentes de caixa era de cerca de R$ 400 mil”, disse o especialista, que pediu para que seu nome fosse mantido em sigilo.

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Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a gestora começou a atrasar o pagamento do rendimento das aplicações em dezembro. Ainda de acordo com a reportagem do jornal carioca, o calote pode chegar a R$ 600 milhões e atingir cerca de 10 mil investidores.

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O especialista que falou com a Mover afirmou que a BraisCompany tinha R$170 milhões em contratos de empréstimos de bitcoins. “Para isso, eles precisariam distribuir pelo menos R$10 milhões por mês em aluguéis aos seus clientes. Muito longe dos R$400 mil em caixa e equivalentes de caixa. De onde vinha a diferença para os quase R$26 milhões? Da agressiva estratégia de captação de novos clientes”, afirmou ele.

Com informações da Mover (Economatica)