Marmuthe não teme cassação e desafia: “se encontrar crime, renuncio mandato”

O vereador Marmuthe Cavalcanti (PSD) se defendeu do pedido de cassação de seu mandato, feito por um popular ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), em que ele teria cometido desvio de bens públicos e improbidade administrativa. No início do mês passado, o vereador publicou em suas redes sociais um vídeo em que mostrava que equipamentos de ginástica adquiridos pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP) guardados em sua casa, no Valentina de Figueiredo.

Marmuthe esclareceu que não sabia que existia esse pedido formal ao MPPB e que não teme por nada, pois está convicto de que não cometeu nenhum ilícito.

“Não fui notificado por nada, eu só fui pego de surpresa pela imprensa. Eu recebi uma mensagem. Mas oficialmente eu não sei absolutamente nada sobre esse assunto. Absolutamente não há o que se temer, até porque não foi feito nenhum tipo de crime. Isso foi uma questão excepcional e acho que isso já está bem explicado na imprensa, eu não vejo sentido. O que eu consigo enxergar aí é alguém que tá tentando a todo preço e a todo custo procurar chifre na cabeça de cavalo, pra tomar o nosso mandato, porque não tem a capacidade de tomar pelas urnas e querem tomar no tapetão”, justificou.

Vereador de primeira viagem, Marmuthe alega que tem sido vítima de perseguição política desde o primeiro dia de seu mandato. Em menos de quatro anos, o parlamentar que se elegeu pelo PTdoB, se filiou ao Solidariedade e agora integra os quadros do PSD, do prefeito Luciano Cartaxo.

“Isso já aconteceu comigo em outros momentos, não é a primeira vez. Quando eu assumi o mandato, entraram na Justiça alegando infidelidade partidária, porque eu sai do partido. Claro que eu tinha que sair do partido, porque eu fui preterido e escanteado das discussões internas do partido, mas mesmo com todas as garantias jurídicas, as pessoas estão incomodadas com o nosso sucesso, que não se conformam com o nosso mandato e nossa vitória, por isso agora se repete. Se apegar a um fato que não há o que se discutir, porque tudo foi feito de forma transparente. Eu tô de consciência tranquila, e isso é atitude de pessoas que estão incomodadas com meu mandato”, declarou.

Diante de suspeitas de que alguém queira boicotar o seu mandato, Marmuthe não quis revelar nomes das pessoas que estão tentando, de acordo com ele, prejudicá-lo. “Eu não tenho um principal opositor, eu tenho vários opositores. São alguns políticos e alguns tentando ser, mas eu quero me reservar. Eu não sou contra o Governo do Estado, eu não sou contra quem trabalha. Eu sou da base aliada do prefeito, mas respeito o Governo”, afirmou.

Ele ainda ressalta que, desde que o vídeo foi publicado nas redes sociais, tem sido injustiçado por parte da imprensa e que esse caso tem desestruturado sua família.

“Fizeram juízo de valor, não me deram direito de defesa, me julgaram e me condenaram. Eu respeito o pessoal da imprensa, mas eu sou um cara muito humilde, sou um cara que não tenho padrinho político, não tenho estrutura financeira, fui eleito no meu bairro pelo trabalho social que eu presto. Se alguém encontrar compra de votos ou alguma coisa de crime, eu renuncio meu mandato. Eu não fiz nada, sou um cara que tô aqui pela força do povo, não devo nem a Cartaxo nem a Ricardo Coutinho, e eu tô sendo criticado por uma coisa que eu só procurei fazer o bem, me diga aonde é que eu fiz o mal? Isso é porque eu sou um cara simples. Meu pai tá doente, minha mulher que também vive um sofrimento danado, não faço parte de nenhuma panelinha, sou um cara totalmente independente publicamente e tô sendo crucificado por uma coisa que eu só fiz o bem”, desabafa.

Ele afirma que possui um dos mandatos mais atuantes da Câmara de João Pessoa e sugere que a população acompanhe suas proposituras. “Eu queria consultassem o meu mandato no site da Câmara, nossas proposituras, nossas leis já sancionadas. A gente esteve no ranking feito pela própria imprensa, que nos colocou entre os sete mais atuantes desses projetos de leis. Você vai ver que no ano de 2013, eu fui eleito um dos mais atuantes da Casa, e agora recentemente eu tô entre os sete mais atuantes de projeto de lei. Tentaram, de certa forma, fazer uma ironia de uma publicação, mas se for partir pra projeto de lei a gente tá entre os mais atuantes. A gente tem um trabalho mais voltado ao social. Diferente dos outros vereadores, a gente tem uma ONG que a gente mantém com recursos próprios e atendemos mais de 300 crianças diariamente, no Valentina e em Muçumagro. Quem trabalha incomoda quem não trabalha”, disse.