PF: Empresa de fachada atuava com agentes públicos para fraudar licitações na Paraíba

Na manhã desta quinta-feira (22), o Ministério Público Federal na cidade de Patos (MPF), deflagrou a Operação Recidiva, que ajuizou ações cautelares penais e deferiu 15 pedidos de prisão e 28 de busca e apreensão na Paraíba e no Ceará. Esta Operação está sendo deflagrada em parceria com a Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU).

Todas os mandados de busca e apreensão já foram concluídas com sucesso, e restam apenas duas prisões a serem efetuadas. Os presos estão sendo encaminhados para a sede da PF em Patos.

Durante uma coletiva de imprensa, realizada também nesta quinta-feira, o delegado da Polícia Federal, André Beltrão explicou a realização desta Operação. Ele disse que as investigações acontecem desde o mês de maio do corrente ano, mas já existiam investigações passadas.

“A investigação que nós deflagramos teve inicio dentro da policia federal em maio, mas já havia o inicio de uma investigação, feita pelo Ministério Público Federal desde o começo desse ano que também seguiu de investigações passadas. Os presos, boa parte dele são reincidentes e apesar das investidas pelos órgãos de segurança, continuam na prática criminosa. E dai vem o nome da operação, Operação Recidiva”, explicou.

O delegado disse que essas investigações aconteceram principalmente em uma empresa de construções civis de Patos, que participava de licitações para realização de obras, mas que não tinham nem funcionários nem qualquer tipo de equipamento. André ainda concluiu dizendo que, além de investigações nesta empresa, também aconteceram com funcionários públicos que eram favorecidos com essas práticas criminosas.

“No começo, essa investigação focava principalmente em uma empresa no ramo de construção civil aqui de Patos, e quando foi confirmada, essa empresa participava de diversas licitações, apenas de fachada. Essa empresa não tem equipamentos, não tem funcionários, não recolhe FGTS, INSS, nada. Muitas vezes a sede é pífia, não executa nenhum obra particular. No decorrer das investigações, nós observamos que isso fazia parte de uma verdadeira organização criminosa. E essa organização, tem um núcleo central com três empresas e agrega mais quatro ou cinco empresas esporadicamente em cada município. Ganham a licitação e repassam uma verba para alguém da prefeitura, para alguém do município. Então temos também, servidores municipais presos, agente políticos, que fazem parte do braço executor dessa operação criminosa. Com o avançar, essas três organizações, começou a querer tornar licito as obras, e executou algumas. Com essas obras, também se constatou que existe falsidade ideológica, temos também a execução de obras com dinheiro de propinas”, disse o delegado.