O último suspiro de um grande líder

Infelizmente, o dia chegou. E chegou causando dor a muita gente – como em mim. Depois de brilhar durante 66 anos ininterruptos, o Jornal Correio da Paraíba está dando neste sábado, 4 de abril de 2020, o seu último suspiro.

Até mesmo ele, o veículo de comunicação impresso mais respeitado e lido de todos os tempos na Paraíba, não conseguiu resistir à nova forma de consumir informações.

Mas, como bem eternizou o escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez , o fechamento do Correio da Paraíba era a “crônica de uma morte anunciada”.  Que mesmo assim dói.

Sinceramente, sinto como se tivesse perdido uma parte de mim, pois, apesar de ter dado meus primeiros passos no jornalismo em A União, foi no Correio da Paraíba que as portas do mercado se abriram para mim. Costumo dizer que foi o Jornal Correio quem deu régua e compasso na minha trajetória profissional.

Pelas mãos do meu amigo e irmão José Pessoa Júnior, tive a honra de entrar no time campeão do Jornal Correio da Paraíba ainda muito jovem. Mais precisamente em março de 1998, logo após ter concluído o curso de Jornalismo na UFPB.

De lá pra cá, nunca mais me desliguei do Correio da Paraíba, mesmo tendo me afastado da redação em duas ocasiões – tirei licença sem vencimento. Meu vínculo com o jornal mais lido do Estado segue até hoje. E certamente seguirá por toda minha vida – só que a partir de agora apenas na lembrança.

Com a ‘morte’ do Jornal Correio, também é preciso ‘chorar’ pelos ‘órfãos’. Lamentavelmente, muita gente boa – entre jornalistas, gráficos, diagramadores e gazeteiros – passa a fazer parte a partir de agora do time dos milhões de desempregados no nosso país.

Antes de encerrar, me sinto no dever de nominar alguns profissionais com quem tive a honra de dividir o mesmo espaço no Correio. Graças a eles, posso bater no peito de dizer que fiz parte do maior jornal da história da Paraíba.

Serei eternamente grato a Pessoa Júnior. Foi ele quem abriu as portas do Correio pra mim. Preciso registrar que Lena Guimarães foi peça fundamental na minha formação profissional. Aliás, Lena até hoje me inspira a produzir boas manchetes.

Também preciso a externar minha gratidão a Fábio Cardoso. Foi ele, o meu xará, quem abriu as portas do jornalismo político, quando me convidou para ser seu editor adjunto, em 2001. Ao lado dos colegas Adelson Barbosa, Adriana Rodrigues, Josival Pereira e Wellington Farias fizemos a melhor cobertura jornalística das eleições de 2002.

Preciso destacar ainda a importância de Walter Santos na minha trajetória no Correio. Sempre que tirava férias, ele entregava o comando de sua prestigiadíssima coluna a mim. Era muita responsabilidade substituir WS, pois ele ocupava um dos espaços mais lidos do jornal.

Ainda da turma com quem trabalhei no Correio meu eterno agradecimento a Franco Ferreira, Gilberto Lopes, José Carlos dos Anjos, Sony Lacerda, Zé Alves, Nonato Bandeira, Damásio Dias, Lilian Moraes, Walter Galvão, Djane Barros, Carlos Aranha, Edson Weber, Chico Noronha, Maros Alfredo, Carlos Magno, Ricardo Farias, Jamarri Nogueira, Renata Ferreira, Marcela Sitônio, Luiz Carlos de Sousa, Aninha Felippe, Humberto Lira, Aline Guedes, Mislene Santos, Carolina Barroca, Carlos Cavalcanti (Carlão), Antônio Vicente, João Costa (meu vein), Pettronio Torres, Geordie Filho, Allan Hebert, Janaína Araújo, Agenilson Santana, Marly Lúcio, Augusto Magalhães, Goretti Zenaide (in memorian), Zé Marques, Kubi Pinheiro, Sergio Botelho, Hermes de Luna, Henriqueta Santiago, Luiz Conserva, Patrícia Teotonio, Andréa Batista, Fernando de Oliveira, Assuero Lima, Stanley Talião, Nalva Figueiredo, Sebastian Fernandes, Paulo Maia, Romildo Lourenço, Jorjão, Klécio Bezerra, Ricardo Araújo, Betânia, Vlamir Lima, Francisco Augusto (Chicão), Shyrleide (acho que escreve assim mesmo), Penha e Chico da Barraca.

P.S É bem provável que eu tenha esquecido alguém, pois a memória já não é mais a mesma. O bom é que, diferente do impresso, aqui no online a gente pode ir atualizando.