Governo reúne órgãos para definir estratégias contra a febre amarela

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, reuniu, na manhã desta sexta-feira (3), órgãos estaduais e municipais para repassar orientações sobre a intensificação das ações de vigilância contra a febre amarela na Paraíba. A pauta da reunião, que aconteceu na sede da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa-PB), em João Pessoa, foi direcionada ao alinhamento das ações estratégicas de prevenção à introdução do vírus da febre amarela no Estado.Participaram do encontro representantes da SES (Vigilância em Saúde, Vigilância Ambiental, Imunização), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Secretaria da Receita, Secretaria de Turismo, Agevisa, Vigilância Sanitária de João Pessoa e Terminal Rodoviário de João Pessoa.

“Nós entendemos que todos estes órgãos são atores importantes na disseminação de informações para a população. Nesta reunião, apresentamos a definição da febre amarela, os sinais e sintomas da doença e as ações já desempenhadas pelo Estado. Além disso, ouvimos sugestões de cada órgão para traçarmos estratégias eficientes de prevenção e vigilância contra a febre amarela”, disse a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Izabel Sarmento.

Embora a Paraíba não seja área endêmica da febre amarela, é imprescindível orientar a população e os profissionais sobre a doença. Os Estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais são, atualmente, as áreas de circulação do vírus.

“Elaboramos uma planilha com informações gerais sobre a febre amarela e ela será usada, por exemplo, nas rodoviárias e aeroportos, em que há uma circulação constante de pessoas que podem vir de Estados onde o vírus já atua. Qualquer usuário que apresentar sintomas da doença será encaminhado ao serviço de saúde e, em seguida, monitorado através dos dados cadastrais da planilha”, explicou Izabel.

A reunião apresentou, ainda, orientações sobre a vacina que previne a febre amarela – indicada às pessoas que vão viajar para locais com transmissão pelo menos dez dias antes da viagem. “Vale salientar que não há transmissão da doença de pessoa a pessoa. A vacinação não pode ser banalizada e apenas quem realmente precisa deve tomar, entendendo que a vacina é um imunobiológico que pode causar um efeito adverso. Não é necessário alarde porque até o momento a Paraíba não tem circulação viral e estamos trabalhando para que não venha a ter”, orientou Izabel Sarmento.
Representando a Delegacia Metropolitana da PRF em João Pessoa, Anderson Moreira comentou que este é o momento de disseminar massivamente informações à população. “Faremos abordagens aos veículos nas estradas, principalmente aos de transporte de passageiros, como ônibus. A planilha desenvolvida pela Secretaria de Saúde vai ajudar bastante e com ela poderemos ter um controle melhor, especialmente dos visitantes que vêm de Estados onde já existe a circulação do vírus”, observou.

A investigação dos casos pelo chamado Ciclo Silvestre – que envolve macacos, o mosquito Aedes aegypti e o homem – também entrou em discussão na reunião. “Evitar o Ciclo Silvestre é muito importante para que o vírus não se urbanize. O Estado, por meio de profissionais de entomologia, já está em campo investigando caso a caso, fazendo busca ativa de animais doentes ou mortos e coletando materiais para análise em laboratório. As ações são constantes para que se conheça qualquer risco de transmissão da febre amarela pelo Ciclo Silvestre para que não chegue à cidade”, informou o chefe do Núcleo de Controle de Zoonoses da SES, Francisco de Assis Azevedo.

Febre Amarela – É uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias), cuja letalidade varia de 5 a 10% nos casos oligossintomáticos (que não apresenta sintoma de nenhuma doença), podendo chegar a 50% nos casos graves (aqueles que evoluem com icterícia e hemorragias). Essa doença tem potencial de disseminação e transmissão bastante elevado, por isso, é importante que a notificação de casos suspeitos seja feita o mais urgente possível. A febre amarela compõe a lista de doenças de notificação compulsória, publicada na Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, sendo classificada entre as doenças de notificação imediata, ou seja, que devem ser notificadas em até 24 horas.

Casos da doença – Em 2016, foram confirmados sete casos da doença, em Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (2) e cinco deles evoluíram para óbito. No ano de 2017 (até a Semana Epidemiológica 03), foram registrados 421 casos suspeitos de febre amarela, sendo 87 mortes em quatro estados e o Distrito Federal. Do total, 357 permanecem em investigação, 63 foram confirmados e um descartado. Das 87 mortes notificadas, 34 foram confirmadas e 53 permanecem em investigação.

Os casos foram registrados em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Distrito Federal. Também tem sido observado ao longo dos anos a ocorrência da doença em regiões de ecoturismo de Goiás e Mato Grosso do Sul e em áreas do Pará, Tocantins, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.

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