O Governo Federal liberou o acesso pelos rios para que barqueiros retirem garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami. A medida foi anunciada nesse sábado (12) pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Antes da autorização, agentes do Ibama, Polícia Federal e Força Nacional abordavam todas as embarcações e prendiam os equipamentos, o barco e as pessoas. Agora, algumas embarcações estão autorizadas a seguir viagem para retirar os garimpeiros de forma pacífica.
Estão autorizados os barcos que estão apenas com o piloteiro e o proeiro, sem carga e que estejam subindo ou descendo o rio para buscar garimpeiros e outras pessoas.
Ao chegar no posto de Palimiú, os tripulantes deverão se apresentar aos agentes do Ibama, PF ou Força Nacional. Após realizar um cadastro, eles podem seguir viagem.
A liberação ocorre após a descoberta de um garimpo ilegal a menos de 15 quilômetros de distância de uma comunidade onde vivem os indígenas isolados Moxihatëtëa. Ele foi destruído neste sábado (11).
“É o momento que a gente libera essa saída para que seja de forma pacífica, de forma tranquila, sem agressões e de forma que a gente possa deixar o território livre de vez, devolver a dignidade para o povo Yanomami e preservar a vida dos povos isolados”, explicou a ministra Sônia Guajajara.
Além da destruição do garimpo ilegal, nessa sexta-feira (10) os fiscais do Ibama destruíram mais um helicóptero, um avião e maquinários usados por garimpeiros ilegais para extrair clandestinamente minérios das Terra Indígena Yanomami.
Com a presença de fiscalização dentro da Terra Yanomami, os invasores tem fugido pela floresta e rios e deixado para trás os equipamentos usados na destruição meio ambiente. Ao encontrá-los abandonados, os fiscais Ibama os destroem.
Fiscais do Ibama, agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública estão no território desde o dia 7 de fevereiro.
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.
A ação faz parte da ofensiva iniciada em 20 de janeiro, quando o governo federal decretou emergência de saúde pública para atender indígenas Yanomami. Maior território indígena do país, a região enfrenta uma crise humanitária e sanitária sem precedentes. Indígenas, entre crianças e adultos, enfrentam quadro severos de desnutrição e malária.
Do g1