Exposição inédita do artista visual amazonense Raiz chega à Paraíba em setembro

De nome forte, que remete às origens e à ancestralidade, o artista visual amazonense Raiz Campos traz para João Pessoa sua exposição ‘Do Xié ao Jaguaribe: Graffiti’. A ação é fruto de um edital lançado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) e fica em cartaz na Galeria Archidy Picado, a partir de 01 de setembro.

Inédita, a exposição reúne grafismos do artesanato indígena com o traço moderno do graffiti, num belíssimo contraste entre o urbano e o selvagem. Ao todo, sete obras, entre esteiras pintadas pelo artista e feitas por indígenas das etnias Baré e Werekena, além de aturás carregados de sprays – sua eterna colheita –, de arte e humanidade. Ainda compõem a mostra frases e apelos de militantes da causa indígena na atualidade, com destaque para a homenagem prestada ao grande artista indígena Feliciano Lana, um dos principais nomes do Alto Rio Negro.

“As esteiras medem dois por dois metros e remetem ao lado espiritual do modo de vida dos nativos. Nelas, eu retrato anciãs, pajés, animais e costumes indígenas”, afirma Raiz.
A técnica de tintas aplicadas em transparência nas esteiras, já foi exposta em Manaus, São Paulo (durante a 5ª Bienal Internacional de Graffiti Fine Art) e também em Washington, nos Estados Unidos. Mas foi o graffiti, em grandes murais urbanos, que fez o artista ganhar projeção internacional.

O artista

Considerado um dos principais nomes da nova geração de artistas, Rai Campos, mais conhecido como Raiz, nasceu na Bahia, mas ainda muito pequeno se mudou com a família para a Amazônia, onde reside atualmente, às margens do Rio Negro. É da sua vivência amazônica que Raiz tira inspiração para seus traços do graffiti – que já ganhou diversos painéis espalhados pelo Brasil.
Seu pai, o paraibano Dennes Lucena, foi a sua primeira influência artística. Ainda criança, o via colorir diversos espaços da reserva indígena onde moravam.
Atualmente, Raiz cursa Artes Visuais na Universidade Federal do Amazonas.