CPI ouve especialistas que apontam mortes evitáveis na pandemia

Estudos indicam que haviam medidas que o governo Bolsonaro poderia ter utilizado para diminuir consideravelmente o número de óbitos

CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (24) dois pesquisadores que estudam o número de mortes evitáveis caso a condução do enfrentamento pelo governo federal tivesse sido mais restritiva. Os participantes serão Pedro Hallal, epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); e Jurema Werneck, médica e representante do Movimento Alerta.

Os estudos conduzidos pela dupla indica que haviam medidas que o governo Jair Bolsonaro poderia ter utilizado para diminuir consideravelmente o número de óbitos nesta pandemia, como o incentivo de protocolos sanitários, a utilização de máscaras e o respeito às medidas de distanciamento social.

Hallal, ex-reitor da UFPel, reitera – em entrevista à GloboNews – o número exato de mortes que o país poderia ter evitado. “No mundo, hoje, a média de mortes é de 488 habitantes para cada 1 milhão de habitantes. No Brasil , é de quase 2,3 mil mortes para cada 1 milhão de habitantes. Traduzindo isso para a população: são quatro de cada cinco mortes que aconteceram no Brasil que seriam evitadas se o Brasil estivesse na média mundial — não se o Brasil estivesse muito bem”.

Jurema Werneck conduz o Movimento Alerta, que engloba sete outras entidades e estuda a mortalidade da pandemia em cada estado da federação. Suas análises baseiam-se nas falhas produzidas pelas diversas políticas públicas e problemas de qualidade no atendimento no sistema de saúde local.

O Movimento Alerta comunicou, através de uma nota, que há um desrespeito “intencional” por parte do governo e que as evidências científicas “não podem ficar impune, sem que haja a responsabilização pelas mortes evitáveis que ocorreram e continuam ocorrendo”.

Do Último Segundo