Covid: Ex-ministro paraibano critica “discurso negacionista” de Bolsonaro

Maílson da Nóbrega é um dos signatários da carta elaborada por representantes do setor econômico que defende a adoção de medidas para conter a pandemia

O economista paraibano Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda no Governo José Sarney, criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia do novo coronavírus. Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (22), ele afirmou que o presidente “prefere contar os mortos a contar os desempregados”.

“O presidente boicota todas as medidas de restrição. Sem o controle da pandemia, não há como vencer essa recessão que estamos vivendo. O presidente faz tudo ao contrário do que é recomendado”, disse o ex-ministro.

“Para melhorar a situação do Brasil, Bolsonaro precisa abandonar seu discurso negacionista, pois parece que ele está sugerindo que prefere contar os mortos a contar os desempregados. É preciso que ele assuma o papel que lhe cabe como presidente do país. Cuidar da população é papel da liderança política”, acrescentou Maílson da Nóbrega.

Covid: Ex-ministro paraibano critica “discurso negacionista” de Bolsonaro
Economista Maílson da Nóbrega

Para Maílson da Nóbrega, as atitudes do presidente durante a pandemia, além de dificultar o andamento das reformas previstas na agenda federal, têm feito com que sua popularidade despenque a cada dia.

“O ambiente conturbado e polarizado dificulta o andamento das reformas. O presidente vem perdendo popularidade com suas atitudes”, afirmou o economista. “Na verdade, as atitudes do presidente são contrárias aos objetivos de seu governo, que é de fazer reformas. As reformas tributária e administrativa, entre outras, vão contribuir para aumentar a produtividade da economia. Sem elas, o país não aumentará seu potencial de crescimento”, completou.

O economista paraibano é um dos signatários da carta elaborada por representantes do setor econômico que defende a adoção urgente de medidas para o enfrentamento à pandemia no Brasil. Ele disse que o documento já contabiliza mais de 500 assinaturas.

Maílson da Nóbrega explicou que a elaboração da carta foi uma resposta à percepção de que a crise sanitária está se aprofundado. No texto, são defendidas medidas como aceleração do ritmo de vacinação, distribuição gratuita de máscaras e campanha de conscientização.

“A percepção é de que sem o controle da pandemia não há como vencer a recessão. Não há como expandir a atividade econômica”, disse o paraibano. “Só o governo federal tem condições e instrumentos para educar a sociedade e induzi-la a adotar comportamento responsável. Mas o presidente tem feito exatamente o oposto”, concluiu.

Assista abaixo à integra da entrevista de Maílson da Nóbrega à CNN: