Após classificação, técnico do Campinense descarta “futebol vistoso” na Série D

“Na Série D não vai existir futebol vistoso”.

A frase é do técnico do Campinense, Paulo Moroni, e foi usada por ele ontem, na entrevista coletiva após o 0 a 0 contra o Globo-RN que classificou a Raposa para as oitavas de final da Série D.

O Rubro-Negro novamente não apresentou um futebol agradável, errando muitos passes e sendo pouco efetivo no ataque.

Apesar de comemorar a classificação, parte considerável da torcida tem questionado o treinador em relação às escolhas que ele tem tomado e, principalmente, sobre o desempenho da equipe.

Na avaliação de Moroni, Série D “é sobrevivência”, e se o futebol vistoso não apareceu, a luta do time foi fundamental para a classificação ser conquistada.

– Foi um jogo difícil, decisivo, onde as duas equipes precisavam fazer gol. Mesmo com a vantagem do empate, nós precisávamos da vitória (para decidir em casa nas oitavas de final). A gente tinha que jogar mais aberto, porque não era garantia nenhuma a vantagem que existia. Conseguimos ter uma produção defensiva muito interessante, neutralizando todas as jogadas fortes do Globo. Mas mesmo assim eles deram trabalho, e conseguiram superar algumas situações. Não conseguimos encaixar a parte ofensiva. Mas o importante foi o empenho, a dedicação, a determinação dos atletas. Era uma decisão, valia a sobrevivência no campeonato. Então foram valorosos nessa luta e mereceram a classificação – analisou.

Perguntado sobre a escalação de três atacantes, com o recém contratado Vanger estreando ao lado Júnior Chicão e Reginaldo Júnior, o técnico da Raposa avaliou que a estratégia deu certo “até quando ele (Vanger) teve gás.

– Funcionou até ele sentir um pouco de cansaço. E o desgaste o fez volta a ser um atacante de lado. Eu o coloquei (no meio) por dentro porque queria surpreender o adversário com ele e Jussimar no contra-ataque. Infelizmente a gente não encaixou nenhum (contra-ataque). Apesar de não ter dado certo esse contragolpe, Vanger esteve bem, Jussimar também. Verdade que nossa produção ofensiva foi muito pequena perto daquilo que fomos na parte defensiva. Nosso setor ofensivo está em construção, por isso não conseguimos desenvolver o potencial que temos. Mas acredito que agora, com 15 dias para trabalhar, a gente vai focar muito nisso (produção ofensiva) – disse.

Moroni se refere ao intervalo de hoje até o dia 14 de agosto, para quando está marcada a primeira partida das oitavas de final. O adversário vai ser o Itabaiana-SE, que passou pelo Uniclinic-CE e na classificação geral da Série D chegou aos 15 pontos, um a mais que o Campinense.

O comandante rubro-negro disse que o período vai servir para estudar o próximo adversário e, nos treinamentos, fazer o time evoluir.

– No futebol você não tem como padronizar algo em pouco tempo de trabalho. Você tem que ter guerreiros ali dentro, determinados a lutar por uma causa. Série D é sobrevivência. Mata-mata é muito tenso pro atleta, e pra nós também, porque a pressão é grande. Não pode ter erro. Então a gente trabalha muito com a questão da tática, com o lado emocional para fortalecer os atletas e jogar fora, contra um time com a qualidade do Globo, sempre é difícil. Na Série D, dificilmente você vai fazer jogos superior ao adversário. Sempre é difícil. Vai ser muito parecido, onde quem errar menos vai sempre levar vantagem. E isso aconteceu hoje (domingo). O importante foi passar de fase e a tendência é o crescimento. Esperamos que o grupo, pelo merecimento que tem, mantenha o foco no trabalho e cresça na competição – pontuou.

As informações são do Voz da Torcida.