O secretário de Planejamento de Conde, Márcio Simões lamentou o incentivo da ex-prefeita da cidade, Márcia Lucena (PT) ao protesto dos indígenas durante audiência pública para discutir mudanças na lei de zoneamento, na última quinta-feira (11), na Câmara Municipal. Em entrevista ao F5, da 89 Rádio Pop, desta sexta-feira (19), o secretário disse que se reuniu com os caciques da região, expôs que as mudanças não afetariam suas áreas, e houve entendimentos entre as partes.
De acordo com o secretário, a ex-gestora do Conde foi chamada para compor a mesa da audiência, pois o objetivo era promover o debate e ficou surpreso com a manifestação.
“Após o ocorrido conversamos com os caciques, explicamos todos os pontos e eles entenderam. Primeiro ponto, não se toca em território indígena, ou nos quilombos. Algumas construtoras querem construir de acordo com a constituição da Paraíba, que são prédios de três andares nas primeiras faixas de areia. Isso é o que se faz em toda Paraíba, no Conde foi criada uma restrição maior, que só pode construir prédios de primeiro andar. Com isso, se cria uma desvalorização do imóvel”, explicou.
O secretário afirmou que a lei atual, de 2018, com restrições para construções, gera grandes perdas e fez com que a cidade deixe de aproveitar o avanço do setor imobiliário, principalmente em áreas de praia, que são bem valorizadas.
Em números, de acordo com Márcio Simões, apesar das restrições e da pandemia, o município vem tendo um crescimento no número de imóveis bem maior que na gestão anterior e, quando os números estavam sendo divulgados durante a audiência, a ex-gestora teria gesticulado para os indígenas entrarem e iniciarem o protesto.
“Quando ela começou a ver os números e os dados, mesmo com a pandemia, nós temos um aumento de cerca de 400% de imóveis a mais sendo feito no município, mesmo em um período difícil. Nós chegamos a comparar no nosso relatório de gestão que é enviado pelo TCE e compara os últimos anos, de 2019 e 2020, que nós temos números melhores mesmo que antes na pandemia. Quando ela [Márcia Lucena] ouviu isso, começou a gesticular e pedir para o pessoal invadir”, relatou.