“Se Bolsonaro falar menos sobre a reforma, vai ajudar bastante”, diz presidente da comissão especial

Escolhido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para presidir a Comissão Especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) declarou nesta sexta-feira, 26, em entrevista à Rádio Eldorado que tem consciência da necessidade de reformar o sistema previdenciário brasileiro. Ele vê, porém, “alguns ajustes” como necessários na proposta apresentada pelo governo.

“Se Bolsonaro falar menos sobre reforma, vai ajudar bastante”, disse o presidente da comissão à Rádio Eldorado.

“Não podemos fazer um ajuste fiscal exigindo este sacrifício do trabalhador rural, dos mais pobres que recebem o BPC”, disse Ramos. “Da mesma maneira, não me parece correto com os professores deste País a mudança abrupta que está sendo colocada. É preciso calibrar melhor as regras de transição deste grupo.”

O presidente da Comissão Especial ainda afirmou que pretende aprofundar o debate sobre a proposta de mudança de regime, da repartição para a capitalização. “É um tema que não está claro nem aos deputados e nem à população brasileira”, declarou.

Outro ponto na reforma criticado por Ramos é a reforma da Previdência nos Estados. “Os governadores têm que assumir a sua parcela de responsabilidade. É delicado impor a reforma aos Estados se os entes federados estão em situações muito diferentes entre si”, disse. “A reforma não pode ter aplicação imediata sobre os regimes próprios dos servidores estaduais.”

E acrescentou: “A reforma da Previdência dos Estados tem que ser feita pelos Estados”.

Ao longo da entrevista, Ramos ressaltou que tais posições eram pessoais e não vão interferir na condução de seu trabalho na Comissão Especial. “Esta posição sobre a reforma dos Estados, repito, é pessoal. Todos sabem que sou favorável e entendo a reforma da Previdência como necessária.” As informações são do Estadão.