PT abre mão de candidatura em Pernambuco e facilita apoio do PSB a Lula

O PT abriu mão da candidatura ao governo de Pernambuco para apoiar o nome indicado pelo PSB no estado. Com a decisão, fica superado um dos obstáculos para a adesão dos socialistas à candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto.

Restam, porém, entraves. O principal deles está em São Paulo, onde o PT não abre mão de lançar o ex-prefeito Fernando Haddad, e o PSB, o ex-governador Márcio França.

Na quinta-feira (3), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se encontrou em São Paulo com o ex-presidente Lula para comunicar que o candidato de seu partido será o deputado federal Danilo Cabral. Em seu terceiro mandato na Câmara, Danilo foi coordenador da campanha de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco em 2006.

No final do ano passado, o PT havia lançado o senador Humberto Costa como pré-candidato em Pernambuco. “No acordo, o PSB exigiu o apoio do PT no estado. A direção nacional fez o acordo e não vamos ter candidato em Pernambuco”, afirmou o parlamentar.

Os petistas devem indicar o candidato ao Senado da chapa encabeçada por Cabral. A deputada Marília Arraes pleiteia o posto, mas há resistência ao seu nome dentro do PT.

Em São Paulo, os petistas não estão dispostos a ceder aos apelos do PSB para uma adesão a Márcio França. Além do apoio à candidatura presidencial de Lula, os dois partidos também discutem a formação de uma federação, que incluiria ainda o PCdoB e o PV.

Pelas regras, caso se juntem, as siglas teriam que atuar como se fossem um único partido pelo prazo de quatro anos nos planos federal, estadual e municipal. A federação só permite um candidato em cada estado.

O PSB cobrava o apoio do PT também no Rio, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Nos dois primeiros estados, a questão está resolvida. Os petistas vão apoiar Marcelo Freixo na disputa fluminense e a reeleição de Renato Casagrande no estado capixaba.

No Rio Grande do Sul, porém, o impasse ainda prevalece. O PT lançou o deputado estadual Edgar Preto e o PSB, o ex-deputado Beto Albuquerque. O presidente do diretório gaúcho do PT, deputado Paulo Pimenta, descarta a aliança com os socialistas no estado. “O PSB faz parte do governo Eduardo Leite (PSDB) e nós queremos ter um palanque de oposição no estado”, destacou o petista.

Paraíba

O governador da Paraíba João Azevêdo estuda a possibilidade de deixar o Cidadania após a direção nacional da legenda discutir a possibilidade de uma federação com o PSDB. Aliados do governador paraibano, que tem convite para se filiar a nove partidos, defendem o retorno de João a sigla socialista.

Dias atrás, em entrevista à Rádio Pop de João Pessoa, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que a legenda está de portas abertas para um eventual retorno de João Azevêdo ao partido.