Projeto de Lei de deputado do PSL quer criminalizar jogos violentos

Os games voltaram a ser vilões aos olhos do governo. Depois da tragédia na escola de Suzano, o governo passou a discutir a pauta de maneira veemente, mas nem todas as conversas resultam em teorias válidas. A primeira interpretação é culpar os jogos violentos sem qualquer discernimento, e isso pode escalar para algo pior: o deputado do PSL Júnior Bozzella (SP), mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, instaurou um projeto de lei que visa criminalizar os jogos violentos no Brasil.

A proposta tramita na Câmara neste instante e ainda precisa atravessar outras esferas, podendo, inclusive, ser vetada. Confira parte da descrição do projeto:

“A sociedade brasileira e internacional observa estarrecida os atos de violência massiva cometidos muitas vezes por jovens. São atos com um poder devastador tanto sobre as vítimas diretas, como para seus familiares também a toda a população, uma vez que cria um clima de tensão pelo medo de que essas situações se repitam. Ao menos em parte, essa banalização da vida e da violência pela população jovem é advinda pelo convívio constante com jogos eletrônicos violentos. Nesse tipo de ‘diversão’, os adolescentes e as crianças são incitados a atividades que não condizem com seu perfil, conduzindo a formação de cidadãos perturbados e violentos”, diz um trecho da descrição.

“Existem outras atividades de lazer”

Mais a fundo no texto, a proposta destaca que “existem outras atividades de lazer” para pessoas adultas e cita o caso de Suzano. “Até mesmo para adultos existem outras atividades de lazer que podem trazer benefícios e não somente malefícios, como os citados jogos. A presente proposta visa a proibição da comercialização ou disponibilização desse tipo de jogo ou aplicação em nosso país, de modo a diminuir a chance de ocorrência de tragédias como a que observamos recentemente na cidade de Suzano. É preciso ao menos dificultar que a nossa sociedade, em especial nossos jovens, entrem num clima de selvageria que leve a atos tão desastrosos”, aponta o projeto.

É isso mesmo que você leu: o projeto visa proibir a comercialização dos jogos, e não censurá-los ou restringir seu alcance. Portanto, se a lei vingar, pode esquecer o seu Call of Duty, Red Dead Redemption 2, Battlefield, Wolfenstein, Doom e inúmeros outros títulos que se configurem na proposta.