A Polícia Federal (PF) cumpre uma operação contra uma quadrilha suspeita de roubar cerca de R$1,3 milhão de contas poupança de clientes da Caixa Econômica Federal. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em cidades do Paraná, Santa Catarina e da Paraíba, na manhã desta sexta-feira (15).

Segundo as investigações, o esquema contava com a ajuda do funcionário de carreira da Caixa Francisco Kasamasmo Júnior. Ele foi preso em João Pessoa. O funcionário atuava em uma agência em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e foi transferido para a Paraíba.

Dos 13 mandados de prisão, 12 tinham sido cumpridos até as 9h. A ação foi batizada de “Duas Caras”.

Sérgio Rodrigues de Oliveira foi preso em Curitiba e é suspeito de liderar o esquema. A filha dele também foi presa. Os dois estão sendo encaminhados para a Superintendência da PF, na capital.

De acordo com as investigações, a quadrilha fraudava cartões da Caixa e roubava dinheiro das contas de clientes com grandes saldos. Ao menos 400 transações financeiras teriam sido realizadas, entre saques e transferências.

Entre as vítimas estão aposentados, empresários e um jogador de futebol, segundo apurou a RPC, afiliada da TV Globo.

Ao todo, foram expedidos 56 mandados judiciais, sendo 23 de busca e apreensão, seis de prisão preventiva, sete de prisão temporária, seis de sequestro de bens e um mandado de suspensão do exercício da função pública por equiparação.

Os crimes investigados são furto qualificado, estelionato qualificado, peculato, que é quando um funcionário público se apropria de valor ou bem público, uso de documento falso, falsificação de documento público e associação criminosa.

No Paraná, as ordens judiciais estão sendo cumpridas em Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Matinhos e Guaratuba; em Santa Catarina, em Palhoça; e na Paraíba, em João Pessoa.

Como funcionava o esquema

O funcionário que facilitava o esquema, de acordo com a PF, pesquisava e identificava contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentava histórico de retiradas. Ele repassava os dados dos clientes ao líder do grupo criminoso.

Por sua vez, o líder solicitava a emissão de documentos falsos e complementava os demais dados necessários com outros participantes do grupo, que geralmente possuíam acesso a banco de dados, em razão de suas profissões.

Na sequência, os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a “falsa” perda do cartão para gerar outro.

Os cartões eram retirados nos centros de distribuição dos Correios também com o uso de documentos falsos. Depois, os criminosos faziam uma série de saques nos caixas eletrônicos, compras em débito automático e saques e transferências na boca do caixa até que o dinheiro nas contas se esgotasse.

O nome da ação é uma referência a atuação do funcionário da Caixa investigado, que “age de um jeito ou de outro dependendo com quem está”, ainda conforme a PF.

Operação Marco Zero

A PF deflagrou, na manhã desta sexta, a Operação Marco Zero. A ação cumpre seis mandados de busca e apreensão contra fraudes na Caixa Econômica Federal. O grupo criminoso é formado por empregados públicos da Caixa Econômica Federal, empresários, contadores e pessoas físicas que figuram como sócios “laranjas” de empresas de fachadas criadas para obtenção de empréstimos fraudulentos ou destinatárias dos mesmos.

Funcionário da Caixa preso por facilitar outro esquema

Um funcionário da Caixa foi preso em flagrante na manhã desta terça-feira (12) no bairro Tatuquara, em Curitiba, suspeito de facilitar um assalto em uma agência bancária que fica no mesmo bairro, em maio do ano passado.

Segundo a PF, o homem avisava aos ladrões sobre as quantias de dinheiro armazenadas nos caixas e sobre o momento adequado para o roubo na agência, que era sempre após o expediente. Em um dos roubos, os ladrões levaram R$ 208 mil. As informações são do G1.