PF faz nova operação contra financiadores e participantes de atos golpistas

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (20), a primeira fase da operação Lesa Pátria, que mira financiadores e participantes de atos terroristas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro.

A ação foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal, que expediu oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, e Mato Grosso do Sul.

Entre os presos está Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros. Nas redes sociais, ele aparecia incitando os atos e pedindo dinheiro para a realização deles. Após o desmonte do acampamento golpista no Quartel-General do Exército, em Brasília, Ramiro chegou a visitar detidos no ginásio da PF em que eram mantidos. No entanto, ele não estava entre os presos.

Outro preso na manhã desta sexta-feira foi Randolfo Antonio Dias, detido em Minas Gerais. Na casa de um dos alvos, no DF, os agentes encontraram R$ 22 mil em espécie.

Os alvos são investigados pelos seguintes crimes:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado;
  • associação criminosa;
  • incitação ao crime;
  • destruição;
  • deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Veja quantos mandados são cumpridos por unidade da federação:

  • Distrito Federal: 5 de busca de apreensão e 2 prisões
  • Goiás: 1 busca e apreensão
  • São Paulo: 7 busca e apreensão e 3 prisões
  • Rio de Janeiro: 1 busca e apreensão e 1 prisão
  • Minas Gerais: 1 busca e apreensão e 1 prisão
  • Mato Grosso do Sul: 1 busca e apreensão e 1 prisão

Segundo a corporação, as investigações continuam. A Polícia Federal pede para que, caso alguém tenha informações sobre pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os ataques do último dia 8, encaminhe a identificação para o e-mail [email protected].

Atos golpistas e criminosos em Brasília

Bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

O ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia foi sem precedentes na história do Brasil. Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.

O prejuízo ao patrimônio público, de todos os brasileiros, ainda não foi calculado. Ao todo, mais de 1,8 mil foram detidas e 1,4 mil permaneceram presas.

Liberados

Nesta quinta-feira (19), Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) começou a instalação das tornozeleiras eletrônicas nos bolsonaristas radicais soltos após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Até esta quarta-feira (18), 200 plssoas tinham sido liberadas por decisão do ministro, relator do caso na Corte. Outras 354 tiveram a prisão convertida em preventiva, e vão ficar detidas por tempo indeterminado. Segundo a última atualização, faltavam analisar 885 casos.

De acordo com a decisão, as pessoas que foram soltas continuam sendo investigadas e são consideradas suspeitas. Além do uso de tornozeleira eletrônica, Alexandre de Moraes determinou ainda que os bolsonaristas soltos cumpram as seguintes medidas:

  • Proibição de ausentar-se da comarca;
  • Recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana;
  • Obrigação de se apresentar à Justiça quando forem convocados e todas as segundas-feiras;
  • Proibição de sair do país
  • Cancelamento de todos passaportes emitidos no Brasil;
  • Suspensão de qualquer documento de porte de arma de fogo e de certificados de registro para realizar atividades de colecionamento de armas;
  • Proibição do uso de redes sociais;
  • Proibição de se comunicar com outros investigados por qualquer meio.