Pandemia: empresas lideradas por mulheres são mais prejudicadas durante crise

Elas, no entanto, estão buscando mais soluções digitais para o enfrentamento à crise

Mesmo sendo mais novas, tendo mais escolaridade, maior proporção de MEI e de comércio, pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que, comparadas aos homens, as mulheres ainda faturam menos e foram as mais impactadas pela crise. Enquanto 52% paralisaram “temporariamente” ou “de vez” suas atividades, no caso dos homens essa porcentagem é de 47%. Além disso, a proporção de empresárias com dívidas em atraso (34%) é maior que a encontrada entre os homens (31%).

O último levantamento feito pelo Sebrae mostra que nos empreendimentos liderados por mulheres há, em média, 3 pessoas ocupadas (os homens à frente de negócios têm – em média – 4 pessoas ocupadas). Na mesma medida, as mulheres demitiram menos. Aquelas que demitiram, dispensaram 2 pessoas em média. Enquanto entre os homens que demitiram, dispensaram 3 funcionários, por força das perdas provocadas pela pandemia. O levantamento do Sebrae e FGV mostrou ainda que as mulheres utilizaram um pouco mais a suspensão do contrato de trabalho (31%) do que os homens (27%).

“As desigualdades no mercado de trabalho brasileiro, se acentuaram com a crise provocada pela pandemia da COVID 19. As diferenças entre homens e mulheres, brancas e negras, ficam especialmente agravadas. Se analisarmos por gênero e raça, mulheres negras foram ainda mais atingidas, dada a vulnerabilidade deste grupo, em suas relações instáveis de emprego, ou ainda porque atuam nas atividades mais afetadas pela pandemia”, afirmou a analista técnica do Sebrae Paraíba, Fabíola Rejane.


Mulheres se adaptam mais ao digital

Durante a crise, segundo o levantamento, as mulheres estão buscando mais soluções digitais que os homens para continuar funcionando (34% contra 31%) e avançaram mais que os empresários do sexo masculino no sentido de implementar as vendas on-line.

O estudo do Sebrae revelou ainda que as mulheres estão ligeiramente mais otimistas que os homens sobre quanto tempo vai demorar para a economia voltar ao normal, após a pandemia (10 meses contra 11 meses no caso dos homens).