O machismo não é arcaico, nem obsoleto!

*Por Valquiria Alencar de Sousa

A infeliz frase proferida (ontem) pelo candidato a senador Efraim Filho (União Brasil) em debate na TV Arapuan “o machismo é arcaico, é obsoleto!” chocou não só as mulheres paraibanas, mas a sociedade como um todo.

A afirmativa não é só infeliz, é reveladora do desconhecimento de uma verdade cruel que atinge as mulheres todos os dias, em todo o território nacional. Longe de ser obsoleto, como afirma o candidato, o machismo é tema recorrente nas noticias midiáticas, no congresso nacional! E se expressa em todas as formas de violência que as mulheres sofrem em casa, na rua, na política!

O machismo está presente na política, sim senhor! As mulheres que se sobressaem na política, a exemplo da deputada Pollyanna Dutra, hoje forte concorrente ao senado pela Paraiba, são vítimas de violência de gênero na política, como foi agredida politicamente pelo prefeito da cidade de Ouro Velho, ao empunhar a bandeira do seu candidato, Efraim Filho, mesmo estando ao lado de Pollyanna e do governador João Azevedo, em carreata pela cidade.

Desrespeito, constrangimento e violência, que nome se dá a essa atitude senão machismo?

O machismo não é arcaico, muito menos obsoleto, candidato! Diferente do que você afirma, ele existe, machuca as mulheres e torna a violência naturalizada. Inclusive, a sua fala ao afirmar isso, é uma fala machista e depreciativa para as mulheres

Que representante a Paraiba elegeria com essa compreensão da realidade das mulheres? Com esses conceitos?

O machismo é cultural, é fruto da educação sexista, de uma sociedade que privilegia o masculino em detrimento do feminino. E, nós, mulheres, não podemos aceitar esse tipo de afirmação, de banalização da violência sofrida pelas mulheres provocada justamente pelo machismo exacerbado.

As mulheres paraibanas, assim como as brasileiras, sabem que o machismo existe, porque são vítimas do mesmo todos os dias, em situações diversas. Em qualquer lugar.

*Feminista e professora