Mu: OMS monitora nova variante do coronavírus detectada na Colômbia

Dados preliminares mostraram que a cepa foi mais resistente à neutralização viral no soro sanguíneo de pacientes recuperados da Covid-19 e no de pessoas vacinadas

Micrografia eletrônica de uma célula infectada com partículas do vírus Sars-CoV-2 (em verde) (Foto: Wikimedia Commons )

Identificada em janeiro de 2021 na Colômbia, uma nova variante do coronavírus, conhecida como Mu (B.1.621), foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como variante de interesse. O órgão global divulgou informações sobre a cepa na última terça-feira (31), em seu boletim epidemiológico.

Segundo a OMS, “a variante Mu tem uma constelação de mutações que indicam propriedades potenciais de escape imunológico”. Dados preliminares mostraram que a cepa foi mais resistente à neutralização viral no soro sanguíneo de pacientes recuperados da Covid-19 e no de pessoas vacinadas.

Os resultados foram similares aos da variante Beta (B.1.351), descoberta na África do Sul, porém os cientistas ainda esperam confirmar essa semelhança com novos estudos.

Contágio global

Desde que foi identificada na Colômbia, houve alguns casos esporádicos da variante Mu e alguns surtos maiores em outros países da América do Sul e na Europa. Até agora, mais de 4,5 mil sequências da cepa, provenientes de 39 nações, foram adicionadas à plataforma global de dados genômicos GISAID. Entre esse total, cerca de 3,7 mil sequências são da B.1.621 e 856 são da linhagem descendente B.1.621.1, conhecida como Pango.

A prevalência da variante Mu, segundo a OMS, diminuiu bastante e está atualmente abaixo de 0,1% no mundo. Porém, houve um aumento de incidência da mutação na Colômbia (39%) e no Equador (13%).

“A prevalência relatada deve ser interpretada levando-se em consideração as capacidades de sequenciamento e a oportunidade de compartilhamento de sequências, que variam entre os países”, pondera a entidade.

Considerando que variante Mu circula na América do Sul junto com a cepa Delta (B.1.617.20), identificada na Índia e predominante em ao menos 61 países, os cientistas esperam continuar monitorando a nova ameaça para melhor avaliá-la. “Mais estudos são necessários para compreender as características fenotípicas e clínicas desta variante”, diz o boletim da OMS.

Da Revista Galileu