A partir das 8h desta segunda-feira (27 de abril), na sede do Ministério Público da Paraíba (MPPB) em Campina Grande, com a presença do procurador-geral de Justiça, Bertrand de Araújo Asfora, a promotora de Justiça de Defesa da Saúde de Campina Grande, Adriana Amorim de Lacerda, vai reunir prefeitos e secretários da Saúde dos 42 municípios que integram a 3ª Gerência Regional de Saúde, para uma reunião que irá debater as causas no aumento de casos de mortalidade materna na região e as soluções a serem colocadas em prática.
Em pouco mais de três meses de 2015, a cidade de Campina Grande já registrou seis casos de mortalidade materna. As mortes podem ocorrer em três momentos distintos: no pré-parto, no parto ou no pós-parto. “Precisamos identificar onde está o problema; se está havendo falhas no atendimento básico, no pré-natal, ou no serviço hospitalar”, adianta a promotora Adriana Amorim.
A tragédia da mortalidade materna, segundo dados do governo federal, vem atingindo menos mães a cada ano no país, mas o ritmo de queda não seria o suficiente para que o Brasil alcance até o fim de 2015 o chamado ‘Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM)’ nesse quesito. A altíssima taxa de cesáreas, o excesso de intervenções desnecessárias, a falta de treinamento de equipes especializadas e a proibição do aborto seriam alguns dos fatores apontados como barreiras para que o risco diminua mais no país.
Em 2013, 1.567 mulheres morreram no Brasil por complicações ao dar à luz, durante ou após a gestação ou causadas por sua interrupção. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 62 casos a cada 100 mil nascimentos. A meta estabelecida até o fim deste ano, pelos ODMs, era chegar a uma taxa de 35 mortes por 100 mil nascimentos. De 1990 para cá, a taxa caiu quase pela metade, mas a redução não será suficiente para que se consiga cumprir a meta.