A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Campina Grande não recebe os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) desde outubro do ano passado. O lugar está sem condições financeiras de manter o funcionamento e diz que pode faltar a oferta de serviços para os usuários a partir de abril. O Ministério da Saúde informou que mantém o envio dos valores em dia e a secretária de Saúde Municipal garantiu que atualizará o repasse até maio.

A presidente da Apae Campina Grande, Maria da Conceição Costa, afirmou que os 457 pacientes de 41 cidades podem ficar sem atendimento. Ela explicou que vinha mantendo os serviços com dinheiro que estava economizando nos últimos meses.

“A gente fica trabalhando com muita dificuldade, fica no vermelho. Se a gente não tivesse uma reserva, não tinha concluído o ano, mas a reserva acabou e agora estamos no vermelho”, disse. Entre os custos principais da Apae está a folha de pagamento orçada em cerca de R$ 60 mil. Os repasses mensais do SUS giram em torno de R$ 40 mil, mas o local conta ainda um contrato anual de R$ 60 mil do Governo do Estado e de R$ 8 mil por mês da Prefeitura Municipal.

“O ano passado foi o pior de todos os anos, nunca aconteceu o que está acontecendo. Não tem como explicar porque segundo a gente escuta, os recursos do SUS são repassados mensalmente, a gente não sabe o que acontece”, lamentou Maria da Conceição.

Os recursos são enviados para as prefeituras que, por sua vez, destinam os valores para as instituições não governamentais. Ela ainda acrescentou que, caso os pacientes deixem de receber os atendimentos, o problema será na evolução de condição de vida. “Precisamos da atualização destes repasses porque vai prejudicar os usuários, eles vão regredir. A minha filha tem paralisia cerebral e tem 50 anos, mas continua precisando. Se não tiver a manutenção, ela vai cair, vai quebra tudo que botar na mão”, disse.

Redação com Correio da PB