Justiça já fez mais de 500 audiências de custódia de bolsonaristas presos

Balanço foi divulgado neste sábado (14), pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ao todo, 1.418 pessoas permaneciam presas até quarta

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) escutou, até esta sexta-feira (13), 507 bolsonaristas radicais presos durante os ataques terroristas aos três poderes e no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no domingo (8).

O balanço foi divulgado neste sábado (14), pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O mutirão começou na quarta-feira (11), atendendo uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com o tribunal, não cabe à Corte decidir quem será ou não solto. A decisão será do ministro.

Ao todo, 1.398 pessoas permaneciam presas até quarta, após serem detidas no acampamento e nos atos terroristas. A relação foi divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF) e publicada às 18h39 desta sexta-feira (veja a lista aqui).

Segundo a Seape, até esta sexta, 904 homens foram levados ao Centro de Detenção Provisória 2, no Complexo da Papuda, e 494 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia.

Transferência

O interventor federal da Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou, nesta sexta, que os bolsonaristas presos pelos atos terroristas após passarem por audiência de custódia. Segundo ele, o trabalho do TJ deve terminar neste domingo (16).

“O sistema prisional aqui do Distrito Federal tem que absorver os que ficarão”, afirma Ricardo Cappelli.

A Penitenciária da Papuda está com quase o dobro da capacidade máxima após a prisão dos bolsonaristas. De acordo com a Seape, o presídio tem 1.176 vagas e, atualmente, estão alocados na unidade 2.139 pessoas.

Já na Penitenciária Feminina há 1.028 vagas. Após as prisões de mulheres suspeitas de terrorismo, o número de detentas ficou em 1.148.

Resumo dos ataques

  • Bolsonaristas terroristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF.
  • O movimento golpista em Brasília havia sido engrossado por dezenas de ônibus que chegaram à capital no fim de semana.
  • A Polícia Militar do DF mantinha poucos homens no local, não conseguiu frear os terroristas e foi acusada de omissão.
  • Obras de arte e móveis foram quebrados no Planalto. O plenário do STF ficou destruído.
  • Lula decretou intervenção federal para assumir a segurança do DF.
  • O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias, decisão que foi confirmada depois pelo plenário do Supremo.
  • O coronel que chefiava PM durante ataques em Brasília, Fábio Augusto, foi preso após determinação de Moraes.
  • Moraes também determinou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Anderson Torres.