A Justiça do Trabalho condenou a Arquidiocese da Paraíba a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por casos de exploração sexual contra menores de idade. Padres e até o ex-arcebispo dom Aldo Pagotto estão envolvidos no escândalo.

A denúncia foi feita em 2014, através de uma carta. Era para ela ficar dentro da Igreja, mas acabou indo parar na Justiça e resultou na situação atual. O Fantástico conversou com a autora.

O Fantástico ouviu um rapaz que foi assistente de missa e seminarista. Ele preferiu não ser identificado. Além do arcebispo e os padres, a reportagem mostrou os depoimentos do procurador do Trabalho Eduardo Varandas.

Em 2002, quando era bispo de Sobral, no Ceará, dom Aldo foi denunciado por supostamente tentar acobertar casos de abuso sexual de um padre contra 21 meninas. Mas o Tribunal de Justiça cearense arquivou o caso. Em 2004, ele se tornou arcebispo da Paraíba. Ficou na posição até 2016, quando renunciou ao cargo, em meio às denúncias de escândalos sexuais envolvendo padres.

Dom Aldo vive agora em Fortaleza. Teve câncer de próstata. Na páscoa de 2018, divulgou um vídeo em que aparece debilitado. O Fantástico ligou três vezes para o celular dele, e também para o telefone fixo da casa onde vive. Não atendeu, nem respondeu às mensagens de texto.

O procurador estadual Francisco Sagres Vieira afirmou que tinha convicção de que o crime aconteceu, de que “os fatos se verificaram, tinha motivo suficiente para promoção da denúncia crime”. Porém, estava de “mãos atadas porque havia prescrição”.

Mas na Justiça do Trabalho houve condenação, por exploração sexual. Indenização de R$ 12 milhões, R$ 1 milhão para cada ano de dom Aldo Pagotto à frente da Arquidiocese. O dinheiro deve ter uso social.

A Diocese de João Pessoa foi procurada, para que a entidade e os padres acusados pudessem se manifestar. Mas ninguém quis dar entrevista. Em nota, a Igreja Católica da Paraíba afirmou apenas que “não se manifestará sobre os fatos e aspectos relacionados ao processo judicial em virtude da tramitação do caso em segredo de justiça”.

Redação com G1.