Justiça autoriza que marido de Ana Hickmann veja filho na presença de terceiros

A Justiça autorizou que Alexandre Correa, marido de Ana Hickmann, veja o filho Alexandre, conhecido como Alezinho, na presença de terceiros. A informação foi confirmada ao g1 neste sábado (2) pelo advogado do empresário, Enio Martins Murad.

Conforme Murad, os encontros entre Alexandre e o filho deverão ser intermediados por uma terceira pessoa. “Assim, a fim de evitar-se evidente prejuízo à criança, enquanto não estabelecido regime de visitas na Vara de Família competente, estas deverão dar-se por intermédio de terceiros”, disse a juíza.

A decisão atende a um pedido feito de revogação parcial da medida protetiva concedida à apresentadora. No despacho, a magistrada afirma que a medida protetiva não impossibilita que Alexandre possa visitar o filho.

Segundo Murad, a expectativa é que Alexandre possa ver o filho ainda neste final de semana. O empresário afirma que não se encontra pessoalmente com o menino há 20 dias e que só manteve contato por ligações de vídeo.

Ao g1, o advogado afirmou que entrou em contato com os advogados de Ana Hickmann na manhã deste sábado (2) para organizar o encontro entre a criança e o pai, mas ainda não obteve retorno.

Ana Hickmann registrou um boletim de ocorrência contra o marido por lesão corporal e violência doméstica após uma discussão entre os dois no dia 11 de novembro, em Itu (SP).

Na quarta-feira (29), Correa confirmou que a apresentadora machucou o braço ao ser acertada pelo trinco enquanto ele tentava travar a porta com o pé, durante a discussão entre eles, no dia 11 de novembro. A briga foi relatada por Alexandre em uma entrevista para a rádio Metropolitana FM, na quarta-feira (29).

Após a discussão, Ana Hickmann chamou a polícia, que foi até a casa da família, localizada em um condomínio de luxo em Itu (SP). Alexandre já havia deixado o local quando os policiais chegaram.

Durante a entrevista, Alexandre disse que não agrediu a esposa e nem tentou dar uma cabeçada, mas confirmou que houve uma discussão “acalorada”, e que ele não queria que ela ligasse para a polícia, por achar que não havia necessidade.

“Ela falou de chamar a polícia e fiquei completamente desesperado. Ela foi ligar para o 190 e passou pela porta. Conforme ela foi passar pela porta e fechar, segurei a porta com o pé e o trinco bateu no braço dela. Vi que machucou o braço, mas ela entrou. Eu não queria que ela ligasse para a polícia, porque não havia necessidade de ligar”, contou.

Ao g1, o advogado do empresário reforçou que Alexandre não fechou a porta no braço de Ana, mas que colocou o pé para que ela não fechasse e, com isso, o trinco atingiu a apresentadora. Alexandre Correa não quis conceder entrevista à reportagem.

Pedido de divórcio

No dia 22 de novembro, Ana entrou com um pedido de divórcio de Alexandre. O g1 apurou que a solicitação foi feita com base na Lei Maria da Penha. A modelo e apresentadora também pediu medida protetiva de urgência contra o marido.

No entanto, a Justiça negou que o pedido ocorresse pela Vara Criminal e de Violência Doméstica e Familiar e determinou que o divórcio litigioso seja apreciado pela Vara de Família.

Desde 2019, é possível acelerar divórcio, separação ou dissolução de união estável pela Vara de Violência Doméstica com base na Lei Maria da Penha. No entanto, cada pedido depende de uma decisão judicial, e nem sempre os juízes têm a mesma interpretação da lei.

No caso de Ana Hickmann, a avaliação foi de que, pela complexidade do caso, que envolve também, por exemplo, patrimônio e guarda dos filhos, o pedido de divórcio foi transferido para a Vara da Família, que usualmente já analisa esse tipo de pedido e deverá fazer uma nova análise.

“Trata-se de questões de alta complexidade e especialidade, que ultrapassam os limites e parâmetros circunscritos à competência criminal ou atinente ao rito de celeridade das causas envolvendo violência doméstica e familiar contra a mulher”, diz o juiz na decisão, à qual o g1 teve acesso.

A recusa do pedido de divórcio com base na Maria da Penha também não significa que o ex de Ana Hickmann irá deixar de responder por violência doméstica. A decisão judicial se refere apenas ao divórcio.

Depoimento de funcionária

Uma funcionária que trabalha com o casal há três anos prestou depoimento à polícia de Itu no dia 23 de novembro. Segundo o depoimento, obtido pelo g1, ela disse que nunca presenciou agressões físicas no local, mas disse que o casal brigava constantemente por questões financeiras.

A funcionária disse à polícia que, no dia 11 de novembro, estava na casa quando Ana e o filho conversavam sobre questões financeiras da família.

“Durante essa conversa, Alexandre Correa, ao chegar à cozinha, interveio na conversa de forma agressiva. Alexandre iniciou uma discussão com a esposa e o filho ficou bastante nervoso”, disse a funcionária ao depor.

A mulher teria levado a criança até seu quarto, que fica anexo à casa. Apesar de não estar mais no ambiente onde acontecia a discussão, a funcionária diz que pôde ouvir que a conversa entre o casal estava exaltada. Ela nega ter escutado ameaças ou injúrias entre Ana e Alexandre.

“Alguns minutos depois, a vítima surgiu na porta do quarto e, aos prantos, disse que o marido havia lhe ferido no braço e que havia acionado a Polícia Militar. De pronto, a funcionária socorreu a patroa e lhe acomodou no quarto. Em seguida, trancou a porta do cômodo. Alexandre chegou a bater na porta e pedir para Ana abrir para conversarem. As mulheres não abriram o quarto e, logo após, a casa silenciou. Então, notaram que Alexandre havia deixado o local”, diz o boletim de ocorrência.

O caso

Em 11 de novembro, a modelo e apresentadora Ana Hickmann registrou um boletim de ocorrência contra o marido, Alexandre Correa, por lesão corporal e violência doméstica. O registro foi feito na delegacia de Itu, cidade onde o casal morava.

Conforme o BO, a modelo relatou que Alexandre a teria pressionado contra a parede e ameaçado agredi-la com uma cabeçada. Ela afirmou que conseguiu afastar o marido e pegar o celular, mas, neste momento, Alexandre teria fechado a porta de correr da cozinha, pressionando o braço esquerdo dela.

No dia seguinte ao registro da ocorrência, em 12 de novembro, o empresário confirmou que havia discutido com Ana Hickmann, mas negou que houve agressão, e disse, pelas redes sociais, que “foi uma situação completamente isolada, que não gerou maiores consequências” e que “tudo será esclarecido no momento oportuno”.

A assessoria da apresentadora disse que Ana Hickmann já prestou todos os esclarecimentos e confia na condução do caso pela Justiça. Do g1.