Instagram é a rede que mais gera pressão social em brasileiros, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva sobre comportamento dos brasileiros nas redes sociais apontou que o Instagram é a plataforma que mais gera pressão social em usuários do país.

Segundo o levantamento, 41% da população diz que é no Instagram que eles se sentem mais pressionados socialmente, seja por conteúdos negativos, como xingamentos e bullyings, ou por postagens que apresentam uma felicidade irreal. O Facebook vem em segundo lugar, elencado por 30% e seguido por Tik Tok (8%) e YouTube (6%).

Ao mesmo tempo, 35% dos entrevistados também afirmam que o Instagram é a rede social mais buscada quando estão querendo descontração. A rede está à frente do YouTube (34%), Facebook (16%) e Tik Tok (11%).

Apesar do destaque para o Instagram, a pesquisa também aponta que o Facebook, por oferecer um baixo nível de descontração aliado a um alto grau de pressão social, pode ser considerada a plataforma potencialmente mais tóxica.

De acordo com o mesmo levantamento, um terço das pessoas consultadas afirma que postagens com felicidade irreal, que muitas vezes têm o propósito de gerar inveja a outros usuários, são mais prejudiciais à saúde mental que conteúdos escancaradamente negativos. E 25% dos usuários consideram que as redes sociais atrapalham mais do que ajudam quando o objetivo é combater a solidão.

“Após um período de amplo entusiasmo, a visão dominante sobre as redes sociais se inverteu, criando o mito de que são intrinsecamente nocivas. Isso é falso; os problemas causados pelas redes sociais emergem do seu uso imoderado, especialmente entre grupos específicos, como meninas de 12 a 19 anos”, pontua Álvaro Machado Dias, professor da Unifesp e sócio do Instituto Locomotiva.

Segundo Dias, os dados da pesquisa demonstram pela primeira vez quatro pontos fundamentais: as pessoas mais solitárias são particularmente vulneráveis aos efeitos deletérios das redes; os efeitos se dão tanto em função dos conteúdos de conotação negativa, quanto pela divulgação de falsas imagens de realização, que levam a comparações nada favoráveis; os estímulos negativos são até 30% mais prevalentes do que no ambiente offline; e o Instagram é concentrador deste tipo de mal-estar. “É preciso que este assunto seja debatido nas escolas e em casa, para que os jovens formem entendimentos mais libertários”, conclui ele.

O Instituto Locomotiva ouviu 1.682 pessoas de 18 a 77 anos entre agosto e setembro de 2022.

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