Homem preso por dar tapa em Macron é apoiador de grupos de extrema direita

Agressor é descrito como um "entusiasta da cavalaria medieval" e apoiador de grupos de extrema direita e monarquistas pela imprensa francesa nesta quarta-feira

O homem preso por dar um tapa no rosto do presidente francês Emmanuel Macron é descrito como um “entusiasta da cavalaria medieval” e apoiador de grupos de extrema direita e monarquistas pela imprensa francesa nesta quarta-feira (9).

Damien Tarel, de 28 anos, é investigado por agressão contra uma autoridade pública. Além dele, um amigo que filmava a cena foi preso preventivamente, segundo um comunicado da Procuradoria da região de Drôme.

No momento da agressão ele gritou “Montjoie Saint Denis”, grito de guerra do exército francês durante a monarquia. Ele também diz “abaixo a Macronia” (A bas la Macronie), uma referência ao governo de Macron, antes de desferir um tapa no rosto do presidente.

Imagens publicadas em seu perfil nas redes sociais, Tarel aparece vestindo trajes medievais, de capa e espada – além disso, há postagens em que expressa seu apoio a grupos de extrema direita, principalmente os monarquistas.

Tarel e seu amigo não têm passagem anterior pela polícia e seus computadores e celulares foram apreendidos. Segundo os promotores responsáveis pelo caso, eles podem ter que enfrentar uma pena de pelo menos 3 anos de prisão e multa de € 45 mil (R$ 276 mil).

Fontes policiais disseram à agência de notícias Reuters que o agressor é “um pouco perdido, um pouco geeky, um pouco gamer”. Tarel administra um clube local de entusiastas de artes marciais voltado à prática de artes marciais europeias históricas, incluindo o manejo tradicional de espadas.

‘Democracia é alvo’

O primeiro-ministro Francês, Jean Castex, comentou a agressão ao chefe de Estado na sessão desta terça da Assembleia Nacional.

“Isso mostra simplesmente que a democracia é um alvo”, disse Castex aos parlamentares. “A democracia é o debate, o diálogo, o confronto de ideias de desacordos, mas nunca pode virar violência.”

Macron disse que não temeu por sua segurança e continuou trocando apertos de mão com membros do público depois da agressão.