Fake news: Governo do Estado não editou decreto após vídeo de Eliza; entenda o caso

Antes mesmo da primeira publicação, com tom ofensivo, da parlamentar, ainda no sábado o governador já tinha ido às redes sociais tornar claro o texto do decreto

A vereadora de João Pessoa Eliza Virgínia (Progressistas) tentou puxar para si, como uma vitória de sua atuação, uma edição do decreto do Governo do Estado que deixa claro que cultos religiosos de forma virtual não estão proibidos. No sábado (16), o governo havia publicado o novo decreto que prolonga o isolamento social e o abrange para todos os municípios, nele estava contido a vedação da realização de cultos, porém tratava-se da atividade presencial.

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Com o texto do decreto publicado no sábado, Eliza fez uma manobra argumentativa para tentar atacar o Governo do Estado, informando em suas redes sociais e pedindo para apoiadores divulgarem em grupos de WhatsApp, que o governador João Azevêdo (Cidadania) estaria atacando os cristãos por proibir cultos.

Antes mesmo da publicação da parlamentar, ainda no sábado o governador já tinha ido às redes sociais tornar claro o texto do decreto. “As celebrações religiosas presenciais, de acordo com o decreto anunciado hoje, permanecem impedidas neste momento grave da pandemia, infelizmente. Podendo continuar a ser realizada pela internet. Oremos a Deus para que tudo isso passe e voltemos em breve à normalidade”, afirmou João, em seu perfil no Twitter.

Aconteceu então uma edição do decreto, meramente para tornar mais nítido a informação que já estava correta no decreto do sábado. Porém, nesta terça-feira (19), Eliza tentou se apropriar da suposta conquista, em um tom que remete a criação de fake news, divulgando um vídeo com os dizeres em tela: “Governador reedita decreto após vídeo na rede social de vereadora Eliza”. Ela escreve na legenda que “o governador nos ouviu”.

De acordo com fontes da Câmara de João Pessoa, Eliza vem tentando capitalizar politicamente em meio à pandemia, principalmente dentro do seu nicho evangélico, já que conta com diversas bases eleitorais focadas em líderes e comunidades religiosas. Ainda conforme relatos, ela estaria perdendo força nesses ambientes e iniciando um processo de embate eleitoral com outros nomes. Vale lembrar que 2020 é ano eleitoral, e os pessoenses vão às urnas em outubro – ainda não há confirmação sobre adiamento das eleições deste ano, mesmo com a pandemia no país.

Assista vídeo de Eliza