A crise econômica não atravessou o samba e no, quesito dólar mais caro, até beneficiou a atividade turística na Paraíba. Com o dólar mais alto – fechou em R$ 3,95, ontem – , os brasileiros decidiram curtir o Carnaval no Brasil e, com isso, apesar dos pacotes terem ficado até 20% mais salgados do que no ano passado, as agências de viagens registraram uma alta de 15% nas vendas. E olha que os preços não estão nada baratos. Cinco dias no resort Mussulo by Mantra, na Costa do Conde, custam R$ 6,1 mil o casal com dois filhos menores.
O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens, secção Paraíba, Bruno Mesquita, disse que a atividade turística está diretamente ligada com o dólar, e que a elevação ou baixa da moeda interfere diretamente no comportamento do consumidor.
“Com o Carnaval 2016 coincidindo com este quadro cambial, tudo favoreceu a economia nacional e, em especial, ao Nordeste, que está entre os destinos mais procurados, principalmente, por turistas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais”, disse Mesquita.
O empresário Luciano Lapa, da Agência Lapa Turismo e Consultoria, disse que a venda de pacotes de Carnaval tiveram um acréscimo de 15%. O destaque foi a venda de pacotes para Fernando de Noronha (PE), que custa R$ 1,8 mil por pessoa. “Esse pacote teve uma alta de 10% nas vendas em relação ao ano passado”, disse. Os roteiros mais procurados na Lapa foram a Praia da Pipa (RN) e Porto de Galinhas (PE), que apesar de estar próximo do Recife, é um local procurado para quem quer sossego.
O gerente comercial da Operadora Foco, Elson Pires, disse que alguns setores, como a hotelaria e companhias aéreas, também estão se aproveitando da alta do dólar para aumentar o valor das diárias e das passagens aéreas.
Segundo ele, os hotéis do Rio de Janeiro elevaram muito o valor das diárias e, somando com a alta das passagens, a cidade se tornou ainda mais cara, porém bem mais barata se a opção fosse uma viagem internacional.
Bruno Mesquita revelou ainda, que a maioria das locadoras de veículos está com uma demanda maior no período de carro, e admitiu que em algumas delas deverá faltar carros para os clientes. O crescimento nesse setor pode chegar a 20%, segundo o presidente da Abav-PB. “Muitos de nossos associados relatam a dificuldade de encontrar determinados modelos de carros”, afirmou.
Já a rede hoteleira deve atingir uma média de 80% na ocupação de quartos. Até a semana passada, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira na Paraíba, Inácio Junior, a maioria já tinha mais de 75% dos quatros ocupados, alguns com até 100%, e ainda com muita procura. A rede hoteleira pessoense tem cerca de 10,1 mil leitos. As informações são do site Turismo em Foco.