Cassação de Moro: pedido de vista suspende julgamento

Após mudar de partido, Moro anuncia que não disputará a Presidência
Sergio Moro - Foto: Arquivo

A retomada do julgamento de duas ações, de autoria do PT e do PL, contra Sergio Moro (União Brasil-PR), começou às 14h desta quarta-feira (3/4) com o voto do desembargador eleitoral, José Rodrigo Sade. Em sua argumentação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Sade divergiu do relator dos processos, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, e votou pela cassação e inelegibilidade Moro por 8 anos. Assim, Sade divergiu do relator e o placar do julgamento está em 1 a 1.

Após o voto de Sade, a desembargadora Claudia Cristofani pediu vista. Com isso, o julgamento foi suspenso.

A desembargadora considerou que é necessário um tempo maior para refletir sobre o caso. O presidente do TRE-PR acredita que a análise será concluída na próxima segunda (8/4): “Designo o julgamento para sua conclusão final para a próxima segunda-feira”, disse Sigurd Roberto Bengtsson.

Antes da suspensão, em seu voto, Sade considerou que Moro incidiu no ilícito de abuso de poder econômico ao ter acesso a volumosos recursos da campanha presidencial pelo Podemos. Ao desistir de disputar o cargo e concorrer ao Senado pelo União Brasil, o desembargador considerou que Moro usufruiu de um desequilíbrio no pleito, o que caracteriza o ilícito. Ele considerou que, pela magnitude dos gastos, custeados com dinheiro público, não é possível considerar que Moro agiu dentro da legalidade da pré-campanha.

“A existência do abuso é patente. Houve a quebra da isonomia do pleito, comprometendo a sua lisura. Por isso, deve ser reconhecido o abuso de poder econômico. Falando mais alto o dinheiro, quem perde é a democracia”, disse o desembargador.

Nas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), o PT e o PL acusam Moro de abuso de poder econômico, uso indevido de meios de comunicação ao longo da campanha eleitoral de 2022 e caixa dois.

Se os desembargadores do TRE-PR considerarem as acusações procedentes, a chapa de Moro pode ser cassada e o senador pode ainda ficar inelegível por oito anos.

Do Metrópoles