Caso Jeff Machado: polícia prende garoto de programa suspeito da morte do ator

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta sexta-feira (2) Jeander Vinícius da Silva Braga pela morte do ator Jeff Machado. O garoto de programa foi pego em Santíssimo. Outro procurado, Bruno de Souza Rodrigues, amigo de Jeff, já é considerado foragido.

Agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros foram para quatro endereços na Zona Oeste do Rio de Janeiro atribuídos aos dois. Jeander tentou fugir ao ver os policiais, mas acabou pego.

Bruno e Jeander tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quinta (1º), após pedido da polícia que foi avalizado pelo Ministério Público.

O corpo de Jeff foi encontrado em um baú enterrado a 2 metros de profundidade e coberto de concreto em uma casa na Zona Oeste do Rio no dia 24 de maio.

Contradições
O pedido de prisão dos suspeitos levou em consideração diversas contradições dos indiciados nos depoimentos dados à polícia sobre o momento do crime — ambos afirmam que Jeff foi morto na própria casa, em Guaratiba.

Ato sexual

Bruno: disse que filmou no segundo andar uma cena de sexo entre Jeff, Jeander e Marcelo e, ao término, desceu ao térreo.
Jeander: alegou que não participou do ato.

Descoberta da morte

Bruno: afirmou que não viu o crime. Relatou que Marcelo e Jeander desceram com Jeff já morto.
Jeander: também não presenciou o crime. Contou que viu Jeff morto ao sair do banho antes do ato.

Ocultação do cadáver

Bruno: relatou o corpo de Jeff foi posto no baú do ator depois que Jeander e Marcelo desceram as escadas.
Jeander: disse ter sido obrigado por Marcelo a esvaziar um baú no quarto de Jeff e colocar o corpo dentro, descendo as escadas carregando a caixa com o suposto miliciano — e que Bruno viu esse momento.

Saída do local do crime

Bruno: afirmou que saiu do casebre enquanto Jeander ainda cavava.
Jeander: relatou que ele e Bruno foram embora juntos após concretarem o buraco.

Jeander prestou um depoimento, e Bruno, três: um na 43ª DP (Sepetiba), em 5 de fevereiro, sobre o desaparecimento; um na DDPA como testemunha e amigo, no dia seguinte; e o terceiro é uma carta enviada pelos advogados.

Os procurados
Bruno de Souza Rodrigues: produtor já considerado suspeito no caso, estava, segundo a família de Jeff, com cartões bancários e as chaves do carro e da casa do artista. Também foi Bruno quem registrou o suposto desaparecimento do ator — quando o corpo de Jeff já tinha sido ocultado.

Jeander Vinicius da Silva Braga: garoto de programa que, segundo as investigações, tinha uma relação próxima com a vítima.

Ambos confessaram terem ocultado o corpo. Eles atribuem o assassinato do ator a uma terceira pessoa, identificado como Marcelo — versão descartada pela polícia. Os investigadores afirmam que eles mataram Jeff e inventaram esse terceiro personagem.

De acordo com depoimentos e investigações, apenas Bruno e Jeander estavam na casa de Jeff Machado no dia 23 de janeiro, e ambos seriam responsáveis pelo crime.

Nesta quinta-feira (1º), durante uma coletiva de imprensa, a defesa de Bruno Rodrigues apresentou essa versão, disse que não sabia se seu cliente se entregaria se a prisão fosse decretada, mas que vem colaborando com as investigações e, inclusive, teria apontado o lugar onde estava o corpo do ator.

Uma das linhas da investigação diz que o ator teria sido enganado com a promessa de entrar em uma novela.

Bruno de Souza Rodrigues trabalhou na Globo até 2018, quando foi demitido pela empresa. Em nota, a Globo informou que forneceu à polícia os detalhes do desligamento.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros já tinha feito um cruzamento de informações que indicavam que Jeff Machado morreu no fim de janeiro. Essa é a data apontada pela mãe do ator, Maria das Dores Machado, para o fim da comunicação direta com ele e o início da troca de mensagens só por texto no WhatsApp.