Bolsonaro se cala em depoimento à PF sobre empresários golpistas

Foto: ADRIANO MACHADO/REUTERS

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, na tarde desta quarta-feira (18/10), para depor no inquérito sobre o grupo de empresários próximos do então presidente que defendiam um golpe de estado para impedir Lula na chefia do Poder Executivo.

A defesa do ex-presidente apresentou uma explicação escrita dizendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) não tem atribuição para tratar do caso. Bolsonaro entregou o documento para o delegado da PF e não fez nenhuma declaração.

A existência desse grupo e o teor das mensagens trocadas entre os empresários foram revelados pela coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, em agosto do ano passado, semanas antes do primeiro turno das eleições.

Bolsonaro e seus três advogados falaram com a imprensa na saída da PF. Fabio Wajngarten defendeu que as conversas de Bolsonaro com os empresários foram privadas. Já o ex-presidente defendeu que a investigação tinha o objetivo de censurar apoiadores, como o empresário Luciano Hang. “Serviu para inibir outras pessoas que eram simpáticas a mim por ocasião das eleições”, afirmou Bolsonaro nesta quarta.

Bolsonaro enviava mensagens

Ainda em agosto do ano passado, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, chegou a determinar busca e apreensão nas casas dos empresários que defendiam golpe no grupo.

As investigações revelaram que um número atribuído a Bolsonaro chegou a enviar mensagem para empresários com conteúdo golpista e de desinformação.

Em agosto deste ano, o STF arquivou as investigações contra seis empresários desse grupo, mas manteve a apuração sobre os empresários Meyer Nigri, da empresa Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan.

Apoiadores de Bolsonaro realizaram uma série de atos e protestos defendo uma intervenção militar e o impedimento da posse do atual presidente Lula. O mais significativo deles foi o ato golpista de 8 de janeiro, com a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes em Brasília. Do Metrópoles.