Ataque de Israel em área humanitária deixa mais de 70 mortos em Gaza

Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Pelo menos 71 pessoas morreram e mais de 280 ficaram feridas neste sábado (13/07) após um bombardeio lançado por Israel atingir o campo de refugiados de Al-Mawasi, declarado uma “zona humanitária” pelos militares israelenses, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo fontes palestinas, três mísseis atingiram o coração da área humanitária de Al-Mawasi – a oeste da cidade de Khan Younis –, onde residem milhares de palestinos deslocados à força no início da operação militar israelense em Rafah, também no sul da Faixa.

O Crescente Vermelho Palestino disse que suas equipes de ambulância transportaram pelo menos 23 corpos e 102 feridos para hospitais da região.

O Ministério da Saúde da Faixa, controlada pelo Hamas, afirmou que as equipes médicas ainda estavam tratando dos casos mais graves.

Os moradores locais também transportam as vítimas para os hospitais em automóveis, carroças puxadas por animais e nos próprios ombros.

Alvo seria número 2 do Hamas

O Exército israelense afirmou que o alvo do ataque à zona humanitária de Al-Mawasi foi Mohamed Deif, comandante das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas.

Deif é considerado o número dois do grupo islâmico na Faixa de Gaza, atrás apenas de Yahya Sinwar, e um dos principais autores dos ataques de 7 de outubro.

Ao lado de Deif, também era alvo outro membro de alto escalão do Hamas, Rafa’a Salameh, comandante da brigada Khan Younis.

Imediatamente após o ataque, não havia informações sobre se Deif e Salameh estão entre os mortos ou feridos.

Mais tarde, o Exército de Israel afirmou que o ataque ocorreu em um complexo localizado em uma área aberta, rodeado de árvores e edifícios, e não nas tendas de Al-Mawasi, onde estavam milhares de palestinos deslocados.

Já o governo do Hamas em Gaza condenou o bombardeio e disse que o ataque deixou pelo menos uma centena de mortos e feridos e que as equipes de resgate continuam a recuperar corpos, uma vez que quase não existem serviços médicos que possam fazer frente à quantidade de vítimas.