A vereadora Raissa Lacerda (PSD) revelou que após sua decisão de sair da base na Câmara de João Pessoa (CMJP) e anunciar apoio à pré-candidatura a governador de José Maranhão (MDB), um emissário da Prefeitura da Capital teria procurado-a para oferecer qualquer secretaria para que ela continuasse ao lado do prefeito Luciano Cartaxo (PV). As declarações foram dada na manhã desta segunda-feira (25), durante entrevista à rádio Band News Manaíra.
“Depois de tanto Milanez tentar me segurar, eu dizia a ele oito dias antes que a Saúde de João Pessoa estava um caos. Aí no dia que anunciei estar com o MDB, me procuram. Recebi várias ligações de Hildevânio e eu não atendi. Recebi também, dois dias depois, uma ligação de um emissário do prefeito me oferecendo a secretaria que eu quisesse da gestão municipal. Eu não tenho preço. As pessoas que estão lá são pessoas humildes. Então, primeiro que no meu discurso não existe essa marcha ré, porque eles queriam desmoralizar comigo e não dá. Me ofereceram qualquer secretaria e eu digo que não tenho preço, não me vendo e não me corrompo. Os cargos que eu tinha estão à disposição dele e são de pessoas que votaram nele”, declarou.
Ela afirma que sua insatisfação não é novidade, vem bem de muito antes e que apenas eclodiu no momento do anúncio de apoio a José Maranhão e saída da base de Luciano Cartaxo.
“Desde que eu ganhei em 2016, eu estava insatisfeita com as coligações que foram montadas sem a participação dos vereadores e olhando só o umbigo do prefeito. Já fiz desabafo sobre a situação da Saúde de João Pessoa, sobre Adalberto. Eu reclamava toda hora, porque entendo que o papel do vereador não é bajular e sim ser representante do povo”, disse.
Raissa ainda relatou que os vereadores da base pouco mantém contato direto com o prefeito Luciano Cartaxo e narrou situação, de acordo com ela, constrangedora.
“Nunca tínhamos muito contato com o prefeito. O contato que tínhamos era através do líder, Milanez Neto. O contato que nós tivemos, que foi um contato constrangedor, foi sobre o orçamento impositivo, que foi uma vitória histórica para a Câmara. Foi constrangedor porque se sentava o prefeito, com mais três secretários e chamava a gente para dizer que a gente não deveria ter votado o orçamento impositivo porque é aliado. Quando falou comigo, me chamou muita atenção. Ele pedia para parar de falar em programa de rádio que eu não era subserviente e vereadora lagartixa. Eu disse ao prefeito que ele já foi vereador, e não vou deixar de dizer que também fui vereadora de Ricardo Coutinho e sempre falei o que eu pensava e ele nunca me chamou para reclamar dos meus discursos”, afirmou.