‘Xamã do QAnon’ se declara culpado à Justiça por invasão ao Congresso

Jacob Anthony Chansley, 34, americano que ficou conhecido após participar da invasão do Congresso dos Estados Unidos em janeiro usando um chapéu de pele com chifres e o rosto pintado de vermelho, branco e azul, declarou-se culpado nesta sexta-feira (3). Com ele, 51 pessoas já assumiram o crime —cerca de 600 estão sendo processadas pela Justiça americana por envolvimento no ataque.

Durante a audiência em um tribunal de Washington, Chansley falou pouco, respondeu a algumas perguntas apenas com “sim” ou “não” e assumiu a culpa em troca de uma pena que pode variar de 41 a 51 meses de prisão. A sentença deve ser dada em 17 de novembro.

Outro réu que se declarou culpado da mesma acusação que Chansley, Paul Hodgkins, 38, recebeu oito meses de prisão em uma audiência de sentença em julho. Ele foi o primeiro envolvido na invasão a ser condenado criminalmente.

Chansley, natural de Phoenix, no Arizona, é conhecido como “QAnon Shaman” (xamã QAnon, em português) devido à propagação que faz de teorias da conspiração QAnon. Ele foi preso três dias após a invasão à sede do Legislativo americano e acusado de desordem civil, obstrução e conduta desordeira.

De acordo com promotores do caso, durante o ataque ele deixou um bilhete na mesa do então vice-presidente dos EUA, Mike Pence, no qual estava escrito: “É apenas uma questão de tempo, a justiça está chegando”.

Chansley era um ferrenho apoiador do republicano Donald Trump e já afirmou ter invadido o Capitólio “a convite do presidente”. Mais recentemente, porém, declarou, por meio de seu advogado, que sentia-se traído por Trump. O ex-presidente chegou a ser alvo de um processo de impeachment —o segundo de seu mandato—, acusado de ter incitado a invasão, mas foi absolvido em votação no Senado.

Do Folha de São Paulo.