Vídeo: Serviço de saúde implantado pelo Governo da Paraíba é destaque na imprensa pernambucana

“Telemedicina salva vidas de crianças cardiopatas na Paraíba”. Esse é o título de uma reportagem especial publicada na edição deste domingo (11) pelo Jornal do Comércio, de Recife (PE), um dos mais veículos de comunicação mais respeitado do Nordeste. A matéria aborda um convênio celebrado no primeiro ano da gestão do governador Ricardo Coutinho (PSB) entre o Governo da Paraíba e a Organização Não Governamental pernambucana ‘Círculo do Coração’, que acabou com a chamada ‘fila da morte’ de crianças com cardiopatia congênita.

“Durante muitos anos, a carência de cardiologistas na Paraíba resultou em estatísticas negativas para o Estado e provocou situações como ‘a fila da morte’. De tanto esperar atendimento ou cirurgia, crianças com cardiopatia congênita morriam. Algumas delas antes mesmo de serem diagnosticadas”, diz a reportagem

“Mas, há quatro anos, médicos de Pernambuco, Estado vizinho, apresentaram uma solução que transformou essa realidade. Desde a assinatura de um convênio entre o governo da Paraíba e a organização não governamental pernambucana Círculo do Coração, em outubro de 2011, cardiologistas pernambucanos passaram a acompanhar, por meio de webconferências, pacientes de vários municípios paraibanos”, acrescenta a matéria.

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Jornal do Comercio

Telemedicina salva vidas de crianças cardiopatas na Paraíba

Projeto criado por médicos pernambucanos será publicado na revista científica da OMS

Durante muitos anos, a carência de cardiologistas na Paraíba resultou em estatísticas negativas para o Estado e provocou situações como “a fila da morte”. De tanto esperar atendimento ou cirurgia, crianças com cardiopatia congênita morriam. Algumas delas antes mesmo de serem diagnosticadas. Mas, há quatro anos, médicos de Pernambuco, Estado vizinho, apresentaram uma solução que transformou essa realidade. Desde a assinatura de um convênio entre o governo da Paraíba e a organização não governamental pernambucana Círculo do Coração, em outubro de 2011, cardiologistas pernambucanos passaram a acompanhar, por meio de webconferências, pacientes de vários municípios paraibanos.

Assim surgiu a Rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco-Paraíba. Hoje, toda criança que nasce em maternidade pública da Paraíba é submetida a um exame que detecta se ela tem ou poderá desenvolver cardiopatia. E, caso necessário, passa a ser acompanhada por profissionais dos dois Estados. O sucesso do projeto chamou a atenção de muita gente. O grande reconhecimento, porém, veio recentemente: em agosto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) notificou a Rede, comunicando que publicará uma pesquisa científica sobre o programa na sua revista e o trabalho realizado pela equipe servirá de exemplo para vários países.

“Ficamos muito felizes por ver uma mudança de paradigma em relação à maneira como os pacientes pediátricos com cardiopatias são tratados na Paraíba. A criança com problema cardíaco é uma criança grave, mas existem limitações em relação ao tratamento, no mundo inteiro. Sobretudo nos países em desenvolvimento, nas regiões mais carentes, mais distantes dos grandes centros”, declara a idealizadora do projeto, cardiologista Sandra Mattos.

Para encurtar a distância entre os dois Estados, a Rede de Cardiologia fica interligada em período integral. Dentro do Real Hospital Português (RHP), no Recife, existe uma sala com telões e acesso à internet, de onde os cardiologistas podem entrar em contato com profissionais (cardiologistas, pediatras e clínicos gerais) da Paraíba, onde 21 unidades de saúde – 20 maternidades, mais o Complexo de Pediatria Arlinda Marques, em João Pessoa – possuem estrutura para realizar atendimentos.

“Temos uma rede interligada e, por meio de webconferências, fazemos a discussão de casos de pacientes que nascem com suspeita de problemas cardíacos. Procuramos acompanhar esses casos. Ficamos ligados com os centros 24 horas por dia. Em alguns horários preestabelecidos, temos ambulatórios. Nos organizamos de forma a atendermos, semanalmente, todos os polos”, explica Sandra Mattos.

Quando há emergências, os cardiologistas pernambucanos são acionados pelos profissionais da Paraíba e podem atender da sala do RHP ou de onde estiverem, por meio de um programa instalado em computadores, iPhones e iPads. O programa permite a interação entre os grupos numa sala virtual.

Anualmente, é realizada a Caravana do Coração, na qual uma equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, professores e estudantes universitários) percorre várias cidades do interior da Paraíba, levando atendimento e exames. Desde o lançamento do programa, três caravanas aconteceram. A última, em julho deste ano, percorreu 13 cidades e atendeu 1.042 pacientes, entre crianças e gestantes. A partir deste ano, a Rede passou a realizar também mutirões de cirurgia. Em maio, a equipe pernambucana fez 23 cirurgias em duas semanas. E em setembro, 26 crianças foram operadas. Os procedimentos são realizados no Hospital Geral de Mamanguape, Zona da Mata paraibana.

O assessor técnico de gabinete da Secretaria de Saúde da Paraíba, Mário Toscano, classifica como radical a mudança na assistência às crianças cardiopatas. “Havia um problema grave: crianças tinham a saúde complicada por cardiopatias e tínhamos que providenciar o deslocamento, já que nas suas cidades não havia estrutura. Por isso, muitos pacientes morriam. Hoje praticamente 100% das crianças, quando nascem, já têm avaliação feita na maternidade”, salienta.

Em João Pessoa, Campina Grande (Agreste) e Patos (Sertão) funcionam os três grandes polos de atendimento, onde há toda a estrutura para a feitura dos exames. Nos outros municípios, os testes são feitos graças aos Ecotáxis, três malas com equipamentos de exames, que circulam pelas maternidades credenciadas. Além de contarem com o apoio dos cardiologistas pernambucanos, os médicos paraibanos passam por capacitações e ficam aptos para realizar os exames e detectar as patologias.

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