Uma mulher de 34 anos foi agredida dentro do restaurante Guiamum Gigante, no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife, após usar o banheiro. Um outro cliente teria dado um soco no rosto da vítima ao confundi-la com uma mulher trans.
O caso aconteceu no restaurante Guaiamum Gigante na noite do sábado (23). Segundo a vítima, um homem desconhecido a abordou na saída do banheiro feminino e perguntou se ela era um homem ou uma mulher. Ao questionar o motivo da pergunta, o homem teria dado um soco no rosto dela.
Ao g1, a vítima, que não quis se identificar, disse que não conhecia o homem.
“Minha amiga é uma mulher cis (biologicamente mulher), mas além de ser um ataque transfóbico, foi misógino! Eu estou em choque!”, disse um amigo da vítima em uma publicação no Twitter/X.
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?ABSURDO: Após a esposa de um cliente do restaurante Guaiamum Gigante alegar a presença de uma mulher trans no banheiro feminino, seu marido invadiu o ambiente exclusivo para mulheres e confrontou violentamente a pessoa em questão, resultando em ferimentos faciais graves. ++ pic.twitter.com/aCLrbxxMnF
— Recife Ordinário (@recifeordinario) December 24, 2023
Segundo informações repassadas à Polícia Civil, o impacto da agressão feriu o rosto da vítima e quebrou o óculos que ela usava.
A mulher afirma ainda que o gerente do restaurante Guaiamum Gigante facilitou a saída do agressor do local, o “escoltando” para fora.
Em contato, o restaurante Guaiamum Gigante, que não quis responder perguntas sobre o ocorrido.
Nas redes sociais, o restaurante publicou uma nota na qual confirma ter retirado o agressor do local sob a justificativa de “resguardar a integridade física e psicológica da pessoa agredida e demais clientes”.
Por causa disso, as autoridades não conseguiram identificar o agressor.
A Polícia Militar informou que foi acionada e compareceu ao local com uma equipe do 11º batalhão. Segundo a corporação, o suspeito já tinha ido embora quando os agentes chegaram no restaurante.
O restaurante disse ainda que “adotou imediatamente as providências cabíveis para resolver a situação” e que “não tolera qualquer ato de violência ou discriminação contra seus clientes”. Também disse que “se solidariza com a parte agredida”.
A vítima, no entanto, contesta a versão do restaurante. Segundo a mulher, ela estava sendo protegida pelos demais clientes que tentaram impedir a saída do agressor até a chegada da polícia.