Você viu? Em defesa de Cunha, deputado paraibano troca tapa com colega; assita

Os deputados Wellington Roberto (PR-PB) e Zé Geraldo (PT-PA) trocaram tapas na manhã da última quinta-feira (10) na sessão do Conselho de Ética. Quando surgiu a informação de que os deputados poderiam encaminhar um requerimento contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sua “tropa de choque” interveio e passou a acusar os adversários de golpe. Foi no calor dessa discussão que os dois deputados foram às vias de fato e tiveram de ser contidos.

“Não me toque”, esbravejou Geraldo, acusando Wellington Roberto de tê-lo agredido. A acusação foi devolvida. “Homem nenhum vai tocar em mim”, disse o deputado paraibano aos gritos. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), suspendeu a sessão por cinco minutos enquanto os parlamentares eram contidos por seguranças e por colegas. Araújo classificou o episódio de “espetáculo deprimente para todos nós” o ocorrido.

Em seguida, na volta dos trabalhos, Araújo passou sermão. “O Conselho de Ética não pode ser palco disso. Se querem tirar a dúvida de alguma forma, aqui não é o local. Aqui é o local da ética, do zelo, do respeito entre seus pares. Da conversa e do diálogo. Jamais isso aqui poderá ser transformado num ringue. Não pode ser transformado num lugar da disputa corporal. A disputa aqui é de ideias. Moderem-se. Ajam como parlamentares. Os senhores têm de se dar ao respeito”, afirmou Araújo.

A representação

A representação contra Cunha foi apresentada pelo Psol e pela Rede Sustentabilidade em 13 de outubro. Os dois partidos pedem a cassação do mandato do presidente da Câmara por entenderem que há divergências entre informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o depoimento prestado por Cunha à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em março deste ano, quando ele negou ter contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal.

O advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, declarou ao conselho que o deputado não omitiu informações porque não existe lei brasileira que obrigue qualquer cidadão brasileiro a declarar em seu imposto de renda valores de contas em trustes. Segundo o advogado, a representação é baseada apenas em denúncias, sem nenhuma prova.