Vereadora e médica pedem investigação do MP sobre “fura fila” da vacina, em CG; prefeitura se pronuncia

Primeira etapa de imunização contra a Covid-19 foi iniciada na terça-feira (20), tendo no primeiro grupo prioritário os profissionais de saúde e idosos

A vereadora Jô Oliveira e a médica Tatiana Medeiros anunciaram que vão buscar esclarecimentos da Prefeitura de Campina Grande após denúncias de que pessoas estariam furando a fila de vacinação contra a Covid-19, com o aval do gestor do município, Bruno Cunha Lima (PSD). A primeira etapa de imunização foi iniciada na terça-feira (19). Neste primeiro grupo, serão vacinados os profissionais de saúde e idosos.

De acordo com a vereadora Jô Oliveira, a população do município a procurou, denunciando a ação. Ela também destacou que espera o pronunciamento e posicionamento da gestão.

“Tenho sido procurada pela população sobre alegações de que pessoas que não estão contempladas neste primeiro grupo apto a receber a vacina, estão recebendo os imunizantes furando a fila de prioridade. Espero que a Prefeitura de Campina se pronuncie e investigue essa situação inaceitável”, destacou.

A médica e ex-candidata a vice-prefeita de Campina Grande nas últimas eleições, Tatiana Medeiros usou as redes sociais para anunciar que irá acionar o Ministério Público da Paraíba (MPPB), com o objetivo de apurar as denúncias.

“Amanhã, formalizarei denúncia no ministério público, com as provas colhidas e produzidas, pelos próprios vacinados, que furaram a fila de prioridade na vacinação contra à COVID-19 em Campina Grande. Ser amigo do Rei, garantiu essa prioridade”, afirmou em publicação no Twitter.

Confira a publicação:

O que diz prefeitura

A Secretaria de Saúde de Campina Grande negou, através de nota nesta quarta-feira (20), que pessoas fora do grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 tenham sido imunizadas e garantiu a divulgação da lista com os nomes.

 

Leia a nota na íntegra:

A Secretaria de Saúde de Campina Grande vem a público refutar, veementemente, informações inverídicas, com base em denunciações caluniosas, dando conta de que, nesta fase inicial da campanha de imunização contra a Covid-19, pessoas de fora dos grupos prioritários para a vacinação da Covid-19 teriam recebido a vacina no Município. Seja por motivações políticas, seja por mera disposição para se criar factóides, os responsáveis por esse tipo de ação orquestrada serão desqualificados pela própria força dos fatos e por conta da reconhecida postura séria, ética e profissional dos que coordenam o processo de imunização na cidade.

Não temos qualquer receio de enfrentar essa pauta. Muito pelo contrário. Como uma decisão administrativa, já preconizada no Plano Municipal de Imunização, está sendo providenciada, ainda nesta quarta-feira, 20, a divulgação da lista com os nomes de todas as pessoas que estão sendo vacinadas em Campina Grande, com a identificação clara de seus perfis profissionais ou dos grupos definidos como prioritários nesta primeira etapa. A relação está sendo encaminhada ao Ministério Público ou a quaisquer outros órgãos de controle externo que demonstrem interesse em acompanhar o processo.

Importante frisar que a Secretaria também criou um cadastramento online para agendar a aplicação das doses nos profissionais de saúde. O agendamento é feito por meio do link forms.gle/YJ2bqF5dEgJfmRgB7. Ademais, destaque-se: a imunização contempla, de forma justa, os trabalhadores da saúde – aqueles que, mesmo sem diploma, atuam e se expõem na linha de frente – como é o caso dos recepcionistas das unidades, maqueiros, auxiliares de serviços gerais e outros.

Deixamos claro: não teremos qualquer hesitação, diante de algum indício de desvio de conduta por parte de algum profissional de saúde do Município, em instaurar um Inquérito Administrativo para apurar o fato e punir o servidor, exemplarmente. No caso circunstancial de alguma irregularidade cometida por pessoa sem qualquer vínculo formal com a Secretaria, a Prefeitura moverá representação criminal contra ela, dentro do que está previsto em lei.

Não temos dúvidas de que a máxima transparência é o melhor caminho para, não apenas prestar contas à sociedade e aos órgãos de controle externo, como também um antídoto eficaz contra eventuais denúncias vazias ou factoides de motivação política.