Vereadora denuncia que PMJP acionou Justiça para dispersar famílias de praça em JP; veja

Cerca de 60 famílias correm o risco de ser despejadas de uma quadra na Praça da Juventude, no bairro das Indústrias, onde foram abrigadas no mês de julho, após reintegração de posse do condomínio Vista Verde, no mesmo bairro. A vereadora Raíssa Lacerda (PSD) denunciou nesta terça-feira (04), na Câmara Municipal, que a Prefeitura de João Pessoa entrou com pedido de reintegração de posse dessa quadra para colocar as famílias na rua.

Uma comissão de representantes das famílias desabrigadas procurou a vereadora Raíssa Lacerda e denunciou, também, que não estão recebendo o auxílio moradia no valor de R$ 200, prometido pela prefeitura.

“E além de não ser cumprido o pagamento do auxílio moradia, eles ainda entraram com reintegração de posse, pedindo a quadra de volta, e as famílias já foram informadas por advogados da prefeitura que vão ser colocadas no meio da rua. Isso é desumano. São pais de família que estão abrigados ali na quadra”, disse Raíssa Lacerda.

A vereadora propôs, ainda, a formação de uma comissão de vereadores na Câmara Municipal para ir à prefeitura tentar sensibilizar a gestão municipal. “Usarei a assessoria jurídica do meu gabinete a favor dessas famílias para que eles não sejam retirados de forma desumana dessa quadra”, informou a vereadora. “Eu acho que o prefeito deveria cumprir com o auxílio moradia e conseguir uma outra saída, colocá-los em algum local”, afirmou Raíssa.

Ricardo Oliveira, um dos desabrigados que estão no local, disse que a Prefeitura não está pagando o auxílio para as famílias arcarem com aluguel. “Enquanto a gente esperava por um auxílio, tivemos conhecimento de um pedido de reintegração de posse. Então o desespero aumenta porque a gente não sabe para onde vai e infelizmente estaremos sendo jogados na rua”, disse Ricardo.

Em julho, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Capital instaurou uma ação civil pública para que a Prefeitura resguardasse, em caráter de urgência, a vida, a saúde, a educação e a convivência sócio-familiar de 137 crianças e 45 adolescentes que estavam ao relento. Mas o processo ainda tramita na Justiça.