Parlamentar de oposição usa redes sociais para acusar Cartaxo de perseguir seu genro

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Sandra acusa Cartaxo e dispara: “Não me calarei”

A vereadora Sandra Marrocos (PSB) utilizou as redes sociais na tarde desta terça-feira (24) para acusar o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), de perseguir politicamente um flautista da Orquestra do Município pelo fato do músico ser namorado de sua filha.

“Recebo perplexa a notícia de que Renan, flautista da orquestra de João Pessoa há mais de sete anos, não terá seu contrato renovado pelo simples fato de namorar minha filha e eu ser uma vereadora de oposição à gestão que hoje administra a cidade. Renan entrou por seus próprios méritos, sem nenhuma indicação política, eu sequer o conhecia à época, mas a covardia e o coronelismo falam mais alto”, postou a vereadora em seu perfil pessoal no Facebook.

“Não me calarei, não por ser uma pessoa que tenho vínculos, mas por ver a arte e a cultura submetidas a essa subserviência! Devemos garantir tais processos como DIREITOS e políticas públicas. Minha total solidariedade à Renan e a todos/as os músicos e musicistas perseguidos/as!”, completou a parlamentar socialista.

Ainda em sua postagem no Facebook, Sandra Marrocos publicou um desabafo feito pelo próprio músico, que segue abaixo:

Boa tarde a todos e todas! Acabo de receber um telefonema do setor de RH da FUNJOPE informando que não vão renovar meu contrato como flautista da Orquestra do Município de João Pessoa. A justificativa da minha não renovação foi o corte de 5% que o prefeito está fazendo nos servidores públicos comissionados e prestadores de serviço. No entanto, questiono-me como uma orquestra irá funcionar sem a primeira flauta ou se eles não precisarão colocar outra pessoa no meu lugar.

Sinto-me perplexo diante da covardia da direção da orquestra, que não teve a hombridade e a ética de me ligar diretamente, após mais de sete anos como primeiro flautista, cumprindo todas as minhas responsabilidades, chegando pontualmente aos ensaios e dedicando-me para a evolução artística desse importante instrumento de cultura.

Questiono a falta de profissionalismo e precarização do nosso trabalho enquanto músicos, pois não entrei por indicação política, fiz testes e fui escolhido para atuar no cargo no ano de 2009. No entanto, transformaram a orquestra em uma moeda de troca política, com constantes perseguições e ameaças veladas. Um ambiente hostil, sem qualquer debate democrático e respeito ao trabalho dos músicos. Sinto-me profundamente desrespeitado como profissional, mas, mais do que isso, sinto-me profundamente decepcionado em ver no que a cultura se transformou nessa cidade. A orquestra existe desde 2001 e apenas nessa gestão perseguições desse tipo são recorrentes.

De fato, a incumbência da direção é velar pela qualidade técnica e profissional dos músicos, mas o que vemos é a subserviência a processos políticos, que matam e destroem a arte, submetendo-a ao coronelismo e a interesses privados.

Quando outros colegas sofreram a mesma perseguição, tive que me calar, por, infelizmente, depender desse emprego financeiramente. Sei que muitos não poderão falar porque essa é a estrutura que nos oprime e tira nossa capacidade de se indignar e agir diante das injustiças.

Termino afirmando que não me calarei e exigirei todos os direitos que não me foram assegurados, como o Natal Luz de 2013, que toquei e hoje, no ano de 2017, ainda não recebi.

Saudação aos que têm coragem e isso não me falta!