Vereador será processado criminalmente por constranger filho de professor no município de Conde

Pai de aluno e também professor da rede municipal de ensino, Geraldo Pimentel acusou formalmente esta semana na polícia o vereador Malba de Jacumã, do município de Conde, a quem pretende processar criminalmente, por práticas ilegais como invasão de escola e de sala de aula, constrangimento contra crianças e adolescentes, desrespeito a educadores, ameaças descabidas ao corpo técnico escolar, e apreensão indevida de documento pertencente a estudante, entre outras agressões.

O professor Geraldo Pimentel compareceu à delegacia de polícia na tarde dessa terça-feira (14) para denunciar o que classificou de “abuso, desrespeito, truculência, ignorância e preconceito” do vereador Malba de Jacumã. Entre outras pessoas constrangidas pelo parlamentar, o professor citou o caso do próprio filho, de 14 anos, que teve um trabalho escolar arrebatado pelo vereador que após ter invadido a sala de aula se mostrava totalmente descontrolado, agressivo e usando termos de intimidação contra a professora.

O constrangimento na escola José Mariz foi generalizado, muitas crianças se desesperaram e choraram diante do alvoroço causado pelo vereador Malba, que constrangeu a todos ao invadir a sala de aula juntamente com outra pessoa, esta de celular em punho gravando estudantes sem permissão dos próprios ou responsáveis.
Aos gritos, Malba de Jacumã acusava a escola de ensinar “ideologia de gênero”, uma coisa que não existe na rede escolar do Conde. Foi o próprio vereador que durante reunião anterior com pais evangélicos de estudantes orientou-os para que pedissem aos filhos que perguntassem na escola o que é ideologia de gênero com o intuito exclusivo de mentir e dizer que a rede escolar estava ensinando alunos e alunos a inexistente ideologia de gênero.

A ação do vereador foi repudiada também esta semana formalmente por sindicato de servidores públicos do município de Conde através de nota oficial.

Na nota oficial distribuída para a opinião, lê-se que “a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos e Municipais de Conde – SINDISCONDE, vem a público repelir veementemente abusos e autoritarismos no âmbito escolar na tentativa de censura aos conteúdos curriculares e ao amordaçamento dos profissionais da educação, configurando-se a prática de assédio e constrangimento ao servidor público no exercício da sua função, justificadas por supostas “doutrinações ideológicas” dentro das escolas, que afronta a autonomia e desrespeita o direito constitucional dos profissionais da educação”.