Vereador cobra transparência da gestão de Cartaxo e defende instalação da CPI da Lagoa

O vereador Fuba (PT) comentou neste final de semana a determinação do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa, Marcos Sales, que determinou à Câmara Municipal a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a denúncia de desvio de recursos da obra de revitalização do Parque Solon de Lucena (Lagoa). Em seu despacho, o magistrado concedeu um prazo de cinco dias úteis a partir da sua notificação para o Legislativo instalar a CPI da Lagoa.

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“A medida tomada pelo juiz Marcos Sales demonstra que não existe nenhuma irregularidade que impeça a instalação dessa CPI da Lagoa na Câmara. Apesar das inúmeras tentativas de evitar esse debate na Casa, o prefeito Luciano Cartaxo (PT) e seus auxiliares terão que dizer o que foi feito com os R$ 10 milhões desviados da obra, segundo o relatório da Controladoria Geral da União (CGU). E se não existiu irregularidade, mais um motivo para que, na CPI, tudo seja esclarecido para a população”, afirmou Fuba.

O vereador também questionou o projeto executado e a qualidade da obra que está sendo feita pela PMJP. “O projeto apresentado em 2015 pela Prefeitura não é o mesmo que está sendo executado. Sabemos que foram feitas mudanças, e isso quer dizer que muita coisa não será feita. Sobre o que já está ‘em uso’, a qualidade do material utilizado já causa suspeita. Já existe um enorme buraco no asfalto novo do anel externo, um espaço destinado apenas para o trânsito dos ônibus. O túnel da Lagoa rompeu, e de lá saíram até peixes. O que será que nos espera quando a obra estiver totalmente pronta?”, indagou.

Membro da bancada de oposição na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), Fuba esclareceu que o pedido de abertura da CPI foi feito em decorrência da falta de transparência da gestão municipal. “Desde que surgiram os primeiros questionamentos sobre a obra na Lagoa – como sobre o destino das 200 mil toneladas de lixo – procuramos trazer para a Câmara os secretários responsáveis, inclusive o prefeito, porém, os vereadores da base de sustentação votaram contra para todos os requerimentos que apresentamos”, declarou.

Segundo o parlamentar, o comportamento da base em votar contrário aos requerimentos se repetiu em outras ocasiões. “Quando tivemos conhecimento do relatório da CGU, fizemos o mesmo, e, novamente, nossos requerimentos foram barrados. Tentamos o diálogo de todas as formas, como não conseguimos, então, partimos para a CPI da Lagoa. O pedido de abertura da CPI foi motivado pela falta de transparência da gestão, que nunca quis falar abertamente sobre o assunto, e, quando falou, tentou desqualificar o relatório da CGU”, concluiu.

Para o vereador, o documento da CGU tem credibilidade, mas se há questionamentos sobre ele, cabe à PMJP mostrar que não houve irregularidades. “Se outros vereadores têm temas que mereçam a abertura de uma CPI, peçam a instalação. Quem não deve, não teme. Estamos embasados em um relatório feito por técnicos qualificados e competentes da CGU. Se a Controladoria está enganada, basta a gestão municipal mostrar o destino dos R$ 10 milhões de investimentos, enviados pelo Governo Dilma Rousseff (PT), para a requalificação da Lagoa”, concluiu.