Vereador apresenta nota de repúdio ao diretor do Trauminha e propõe instalação da ‘CPI do Osso’
Bruno Farias quer investigar Trauminha

O vereador Bruno Farias (PPS), voltou à tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), nesta quarta-feira (30), para denunciar mais irregularidades no Hospital de Ortotrauma de Mangabeira. Ele ainda afirmou que vai propor a instalação da ‘CPI do Osso’.

O parlamentar chamou a atenção para a contratação da empresa Fixano Comércio de Implantes Ortopédicos Ltda, que recebeu, de 2013 a 2015, um montante de mais de R$ 6.300.000,00 da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).

Segundo o vereador, a empresa tem como sócio administrador Marcos Augusto Cordeiro dos Santos, que coincidentemente tem o mesmo sobrenome do diretor clínico do hospital, Jorge Augusto Cordeiro dos Santos. “Não sei se esse cidadão é parente de Jorge Augusto Cordeiro dos Santos, mas ambos têm, coincidentemente, o mesmo sobrenome e são do mesmo estado, Pernambuco”, alertou Bruno.

O  vereador revelou que, por ocupar um cargo público em comissão, o diretor clínico do Trauminha deveria ter dedicação exclusiva ao hospital, porém, só trabalha três dias na semana. “Não bastasse isso, ele ganha algo em torno de R$ 35.750,00. Houve meses em que ele chegou a receber R$ 42.092,55 e R$ 59.562,50, segundo pesquisa feita no Sagres”, explicou.

Ele ainda chamou a atenção do fato de a empresa Fixano fornecer materiais ortopédicos.  “Talvez por isso o Sr. Jorge tenha afirmado, com tanta veemência, que não existe suspensão de continuidade na oferta de órteses e próteses no Trauminha, o que, aliás, é algo desmentido pelos pacientes e próprios profissionais médicos que trabalham lá”, afirmou.

CPI do Osso

Bruno ainda afirmou que vai propor na CMJP a instalação da ‘CPI do Osso’, pois, segundo ele, foi levantada, por parte da bancada do prefeito Luciano Cartaxo, a informação de que a empresa Fixano foi contratada para prestar serviços à PMJP na época em que o governador Ricardo Coutinho (PSB) era o prefeito.

“Eu fiz uma pesquisa rápida e, de 2005 a 2012, nas gestões de Ricardo e Agra, essa empresa recebeu algo em torno de R$ 503.000,00, e, de 2013 a 2015, a mesma recebeu R$ 6.300.000,00, na gestão de Luciano Cartaxo. Então vamos investigar e apurar, pois meu compromisso é com a verdade”, relatou.

“É preciso dizer que o Sr. Jorge, que hoje é diretor clínico, é funcionário da prefeitura desde o ano de 2014. E que entre 2014 e 2015 o mesmo recebia algo em torno de R$ 15.000,00 por mês e, em 2017, houve um aumento vertiginoso, chegando a receber, em um mês, R$ 42.092,55″, observou.

Voto de repúdio

Os vereadores da bancada de oposição ainda acusam o diretor do Trauminha de ter sido extremamente “grosseiro, indelicado, faltando-lhe civilidade e urbanidade”, quando a caravana da oposição esteve no hospital. “Ele desrespeitou não apenas a nossa bancada, mas o Poder Legislativo, porque nós estávamos no nosso exercício pleno parlamentar e, por isso, apresentei o voto de repúdio”, alegou Bruno.

Veja abaixo cópias de comprovantes apresentados pelo vereador:

Vereador apresenta voto de repúdio ao diretor do Trauminha e propõe instalação da ‘CPI do Osso’
Comprovante de pagamentos da PMJP à empresa Fixano
Vereador apresenta voto de repúdio ao diretor do Trauminha e propõe instalação da ‘CPI do Osso’
Comprovante de remuneração do diretor clínico do Trauminha referente ao mês de junho de 2017
Vereador apresenta voto de repúdio ao diretor do Trauminha e propõe instalação da ‘CPI do Osso’
Comprovante de remuneração do diretor clínico do Trauminha referente ao mês de dezembro de 2016
Vereador apresenta voto de repúdio ao diretor do Trauminha e propõe instalação da ‘CPI do Osso’
Valores recebidos pelo diretor do Trauminha a partir de 2014