Veneziano vê “atropelos” e “ações desastrosas” nos 100 dias de Bolsonaro

O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) utilizou a tribuna nesta sexta-feira (12), para fazer uma avaliação dos 100 primeiros dias de gestão do governo Bolsonaro, fazendo questão de frisar que não torcia pelo “quanto pior melhor”, mas que se permitia fazer avaliações sobre o momento que o país está vivendo, notadamente em áreas cruciais como Saúde, Educação e Segurança.

Sobre a Educação, Veneziano afirmou que não houve ação funcional no ministério, com graves atropelos e falas distantes de contexto e conexão com os novos tempos. Ele refutou qualquer ilação que possa ser feita, por quem quer que seja, de que a oposição esteja criando dificuldades para o governo.

“Nós estamos fazendo um acompanhamento sério, questionando o que deve ser questionado e fiscalizando, até porque é o nosso dever. Não estamos a torcer pelo insucesso do governo, por isso estamos sempre ponderando e, equilibradamente, sugerindo esse bom debate”.

Veneziano disse que o bloco de oposição, contudo, jamais se afastará das ponderações que têm quer ser feitas. “Não dá pra fazer uma avaliação, por exemplo, dos 100 dias na Educação, por parte do Governo, se não houve sequer o início de uma ação funcional, pelas próprias trapalhadas do ex-ministro”.

O parlamentar paraibano também criticou a fala do novo ministro da Educação, de que não há sentido as universidades nordestinas ensinarem filosofia e sociologia, mas apenas agronomia.

“O ministro imagina que nós, nordestinos, não sejamos capazes de poder ter uma formação filosófica ou ter direito de assentarmo-nos a um banco acadêmico para estudar Ciências Sociais, como eu próprio assim o fiz, ao lado do curso de Direito”.

Sobre a Saúde, Veneziano criticou o que chamou de improvisações no ‘Mais Médicos’, bem como classificou as ações do Ministério das Relações Exteriores, através do Itamaraty, como desastrosas. “As visitas, as falas do Presidente e do próprio ministro, em nada contribuem”.

Segurança

Veneziano criticou a proposta de segurança do atual governo, quando defende que cada cidadão tenha uma arma para garantir sua proteção. “A proposta do presidente Jair Bolsonaro é simplesmente que cada pessoa tenha uma arma e os problemas estarão resolvidos, contrapondo à pesquisa Data Folha, quando diz que 72% das pessoas são contrárias a esta ideia”.

O senador socialista disse que não queria chegar a esse convencimento, “mas o Presidente não estava minimamente preparado para a condição de presidir o nosso país. Ele não acreditava, minimamente, que seria eleito. Tanto é que, quando a gente vai pra uma disputa, mesmo com condições desfavoráveis, como foi o meu caso ao tempo em que fui candidato a prefeito da minha Campina Grande, em 2004, tanto eu me preparei antes, como me preparei depois, caso aquilo que era quase pouco possível viesse a acontecer”.